quinta-feira, 1 de março de 2012

Cavalo de Guerra: uma obra-prima de Spielberg





É um filme portentoso, com uma fotografia magistralmente dirigida por Janusz Kaminski, que nos transporta para os campos de batalha da primeira guerra mundial e nos faz pensar na irracionalidade da guerra.
É mais do que um filme sobre um cavalo - é, antes e depois de tudo, um confronto com a nossa humanidade e com aquilo que faz de nós o que somos, humanos e animais, seres de partilha e de sofrimento, mas, também, seres capazes de reconhecimento, de ternura e compaixão.
Por vezes os cavalos parecem mais humanos do que os homens e os homens, sempre iguais a si próprios, vivem a desumanidade da guerra como uma fatalidade sem remissão. E é no âmago desse inferno na terra que se descobre a espiritualidade da vida, humana, animal, tanto faz: porque o amor flui sem limites mesmo em tempos de fogo e de sangue.
O regresso a casa, tratado de forma simples, melodiosa, e esteticamente avassaladora. É esta a primeira impressão dum filme que nos transporta, ao longo das suas breves duas horas e meia, sobre o abismo que há entre o melhor e o pior de que os humanos são capazes. É o encontro com a inocência, representada pelo carácter indómito do cavalo que passa pela guerra sem ser da guerra, sem nunca estar em guerra, com uma integridade desarmante.
O melhor filme de Spielberg até hoje? Não é preciso exagerar, trata-se de uma obra-prima do realizador de Cor Púrpura, mais uma, única, incomparável. 
Vale a pena vê-la no cinema. 

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