quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Tema 2: A Servidão Moderna







Documentário: "A Servidão Moderna"


Texto: "A servidão moderna" (link para download em formato PDF)
            Ver como página web - para leitura no browser       

Textos de apoio:

Livro:
Ranciére, O mestre ignorante (Ler o capítulo 1,  "Uma aventura intelectual").

Artigo:
KOHAN, Walter Pessoa, sociedade e desenvolvimento: Educação e Emancipação. Paradoxos da Emancipação".



Objetivos:
1. Refletir sobre a sociedade contemporânea a partir do tema do consumismo;
2. Compreender a importância da emancipação intelectual (mental/ espiritual);
3. Analisar a questão: o mundo precisa de filosofia (da atitude filosófica);


Desafio:

O grupo deve analisar o documentário e interpretá-lo em relação com os textos de apoio.
Depois de uma primeira leitura deve ser formulado um problema que servirá de base ao trabalho.
Depois de formulado o problema, deve ser sistematizada uma tese (resposta) e os respetivos argumentos.
A tese e os argumentos devem ter em, conta a(s) tese(s) e argumento(s) apresentados no documentário.

A Moral e a Ética - Síntese

Clique na imagem para aumentar


A vida em sociedade seria impossível sem a moral. Sem normas morais impostas pela sociedade, a ação dos indivíduos seria caótica e permanentemente conflitual. Os valores morais são importantes porque balizam a ação dos indivíduos e permitem que a ação individual possa estar integrada numa rede de obrigações e proibições que garante a convivência. 
As normas morais podem estar codificadas sob a forma de leis e estas constituem obrigações apoiadas por um corpo de instituições que sancionam a sua desobediência (quem desobedece às leis pode ser punido e para isso existem as polícias e os tribunais).Também há normas morais específicas de certos grupos sociais e instituições que vinculam só os seus membros, não sendo, por isso, comuns a toda a sociedade: cada religião tem os seus valores morais (os 10 mandamentos, no caso do judaísmo e do cristianismo), o mesmo se passa com as comunidades locais, porque cada uma tem os seus costumes, etc..
A Moral é imposta de fora aos indivíduos, em certa medida faz parte do senso comum partilhado pelos membros de uma mesma sociedade (ou comunidade, dentro da sociedade mais alargada). Isto leva a que as pessoas possam encarar as normas morais de forma acrítica, limitando-se a segui-las por hábito, por medo das punições, para serem aceites pela sociedade, etc..
Quem se limita a seguir normas exteriores, vive na heteronomia, ou seja, na dependência dos outros. Esta atitude passiva perante a vida é fortemente contrariada pela atitude filosófica. E é aqui que entra a ética:
A ética é a filosofia (a atitude filosófica) aplicada ao campo da moral: é uma disciplina filosófica que problematiza o sentido da ação moral - o que é o mal? O que é o bem? O que é o dever? As regras morais em vigor são justas? - de forma a permitir que possamos viver de forma autónoma. A autonomia é a efetivação da capacidade de sermos independentes do controlo social e da influência que os outros podem ter sobre a nossa vontade sem que procuremos indagar porque agimos e para que agimos. 
Quando temos a necessidade de agir é porque há um motivo (o porquê da ação) que nos leva a ter que fazer uma escolha (a tomar uma decisão). Mesmo quando o motivo é exterior, a decisão depende de uma deliberação da nossa Razão. E é desta deliberação que nasce a intenção (o para que, a meta da ação). Quando nos limitamos a seguir os costumes, ou as normas morais da sociedade, sem nos preocuparmos com o sentido das nossas decisões, estamos a viver aquém das nossas possibilidades enquanto seres humanos, estamos a desprezar a Razão que, se bem usada, pode ser um guia precioso sempre que temos que tomar decisões de peso.

Em suma, temos o dever ético de sermos autónomos.

Por isso a filosofia, no campo da ética, procura fazer uma análise crítica das normas morais para ver se elas têm fundamento, ao mesmo tempo que procura saber se existem princípios universais (racionais) que nos permitam tomar decisões que nasçam da nossa reflexão sobre os problemas que temos que enfrentar na nossa vida, sem nos limitarmos a sermos escravos das circunstâncias ou do medo de sermos excluídos por não seguirmos os padrões aceites pela maioria dos membros da nossa sociedade.
Essa universalidade nasce da natureza da própria Razão: esta é uma faculdade comum a todos os seres humanos, independentemente da sua origem cultural, os Princípios Lógicos da Razão (que são como que a gramática do pensamento humano) estão presentes em todos os discursos humanos, em todas as línguas e culturas. Eles são o garante da universalidade do pensamento humano, porque nos permitem pensar coisas muito diferentes mas com regras comuns. Haverá, também uma 'gramática' da ação moral? Podemos pensar na possibilidade de existirem deveres humanos? O facto de sermos humanos implica o dever de nos comportarmos de forma humanitária? 
Estas são algumas questões éticas que podem alargar a nossa maneira de nos encararmos a nós próprios e aos outros - incluíndo aqui os outros humanos, mas também os não humanos que coabitam connosco neste planeta em relação ao qual também poderemos ter deveres éticos e quando falamos nestes 'outros' não nos referimos apenas aos que presentes neste mundo agora. Há, também, os que já passaram por cá e em relação aos quais poderemos ter o dever ético da memória: não podemos esquecer as atrocidades cometidas ao longo da história, nem os atos de heroísmo, a todos os níveis. Por isso também temos o dever de nos cultivarmos, de robustecermos da nossa Razão: só aumentando o nosso saber podemos tornar-nos mais racionais, mais capazes de racionalidade. E isso faz-se acolhendo o património que os outros que vieram antes de nós nos legaram.
Mas há também os outros que ainda não nasceram. Em relação a esses talvez tenhamos o dever do exemplo e da preservação: temos que procurar melhorar-nos e ao mundo para que as gerações futuras possam viver num mundo melhor ou que, pelo menos, possam usufruir dos mesmos recursos de que nós hoje usufruímos. Se destruirmos o planeta estamos a cometer uma atrocidade em relação aos que estão vivos e aos que ainda não nasceram.
É por isso que, em certo sentido, a ética é mais importante do que a moral. Se os seres humanos conseguissem entender-se para estabelecerem a Razão como o farol da humanidade (como os filósofos iluministas do século XVIII pretendiam) talvez não fossem necessárias leis escritas para regerem a vida das sociedades, ou estas seriam o resultado duma clarificação racional da vida humana. Talvez assim se realizasse aquilo a que Kant chamou o Reino dos Fins.




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Conteúdos relacionados:



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Éticas deontológicas e éticas teleológicas



ÉTICA DEONTOLÓGICA (KANT) E
ÉTICA TELEOLÓGICA (ARISTÓTELES / STUART MILL)

São duas perspectivas ou teorias sobre a acção ética.

A ÉTICA DEONTOLÓGICA, defendida por Kant, valoriza a intenção da acção, de acordo com o dever, independentemente das consequências.
Deontologia significa “teoria do dever” ou “estudo do que convém”, em termos de acção. Agir por dever e em função de uma boa intenção são os princípios que determinam a boa acção. Agir bem implica uma boa intenção e uma boa vontade. O que é que isto quer dizer? A acção é boa se a intenção (razão ou motivo) for boa e se ela for pensada como boa vontade, ou seja, se for universal. Será universal se o que decidirmos for bom para nós próprios e para os outros (todos). Se não for uma acção egoísta ou só pensada em função de mim próprio terá uma dimensão ética, de maneira que, como diz KANT: “age de tal maneira que uses a humanidade tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro sempre como um fim e nunca simplesmente como um meio”. Por outras palavras, devemos tratar os outros como nos tratamos a nós próprios; assim se compreende a dimensão universal dos nossos actos, defendida por KANT. Por isso se diz que a ética de KANT é uma Ética Formal: não indica normas concretas de conduta, mas dá indicações gerais de como devemos agir com os outros. Não diz como em concreto devemos fazer para tratar os outros como “fins em si”, do tipo, como fazer para a velhinha passar a estrada, mas, em geral, sugere posturas universais aplicáveis a todas as situações (devemos tratar os outros como pessoas que têm valor por si próprias e que nunca devemos usar para nosso benefício).

A ÉTICA TELEOLÓGICA, defendida por autores como ARISTÓTELES e STUART MILL é uma Ética consequencialista. Isto significa que a boa acção se deve medir pelas consequências. Ou seja, o fim da acção é o que determina todo o agir. E o fim último e mais importante é a felicidade. Todos os homens se devem reger por esta finalidade.
Teleologia significa o “estudo do fim”; aliás, “teleos” significa fim, o fim da acção. Em concreto, numa acção concreta, o mais importante não é saber se a intenção é boa, mas sim se teve boas consequências. Por isso se diz que é uma Ética do Concreto, que diria como se deve atingir a felicidade, o fim  último de toda a ação moral.
Para ARISTÓTELES, o ser humano deve procurar o fim adequado à sua natureza (Humana) e esse fim é a virtude e a felicidade. Nos actos humanos devemos procurar agir em equilíbrio de maneira a não prejudicar os outros. Um acto virtuoso é um acto equilibrado que não peca por defeito nem por excesso. Assim, a coragem excessiva pode levar à morte e a cobardia pode resultar da mesma forma; neste caso a ponderação da acção com vista ao fim que se deseja é a melhor das acções, sendo o meio-termo a melhor solução. Em Ética e segundo este autor, no meio é que está a virtude.
Luís Mourinha, Filosoficamente falando


sábado, 21 de fevereiro de 2015

Tema 1: Os direitos das mulheres


Documentos:

As mulheres na Filosofia

Declaração Universal dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791)

Artigo da Wikipédia sobre A Declaração Universal dos Direitos da Mulher e da Cidadã

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Manual, pp. 266-275.
Texto filosófico para explorar:

A MULHER COMO “O OUTRO” – A FILOSOFIA E A IDENTIDADE FEMININA


Sites interessantes

Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género


Casos para análise:

A. "Mulheres muçulmanas vão a Paris para voltarem a ser virgens"

B. "Excisão: A mutilação da mulher"

C. "Portugal é o 6º país da União Europeia com maior desigualdade de género"

D. "Desigualdades entre homens e mulheres: Portugal atrás do Burundi e Lesoto"


Objetivos:
- Conhecer a Carta Universal dos Direitos Humanos;
- Compreender a desigualdade entre sexos no âmbito dos direitos humanos;
- Reconhecer situações de desrespeito pelos direitos humanos relativamente às mulheres, em várias culturas e através de diferentes acções;
- Sensibilizar para a necessidade de resposta individual e colectiva no combate à violação dos direitos das mulheres como direitos humanos;
- Problematizar a tradição filosófica a partir da relação entre o pensamento filosófico, as mulheres e o feminino.

Desafios:

1.
Após leitura dos “Casos para análise” e a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, o grupo deve realizar as seguintes tarefas:
a) Identificar o problema apontado pelo artigo de jornal de jornal escolhido (os artigos C e D podem ser trabalhados em conjunto);
b) Considerando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, identificar os artigos violados na situação contemplada na(s) notícia(s);
c) Elaborar uma reflexão crítica sobre o problema em questão e o modo como individual e colectivamente se poderão desenvolver respostas ao problema analisado.

2. (Este desafio tem um grau de dificuldade muito maior do que o 1º)
O grupo deve centrar o seu trabalho na exploração do texto A MULHER COMO “O OUTRO” – A FILOSOFIA E A IDENTIDADE FEMININA.

a) Identificar o principal problema filosófico explorado no texto;
b) Analisar a resposta dada no texto ao problema, bem como as teses e argumentos a ele associados;
c) Elaborar uma reflexão crítica sobre o problema em questão, procurando responder à seguinte questão: o olhar feminino pode ser importante do ponto de vista filosófico?
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Será valorizada a utilização na elaboração dos trabalhos dos documentos referidos acima.




segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A ética utilitarista (consequencialista) de Stuart Mill

Xetobyte


Utilitarismo
O utilitarismo enquanto teoria teleológica tem como critério de avaliação dos actos os seus efeitos. O valor moral do agir está assim relacionado com as consequências, devendo-se procurar qual a finalidade intrínseca da acção para se avaliar a sua qualidade ética. É uma ética consequencialista.

John Stuart Mill apresenta como princípio da utilidade o princípio da maior felicidade, considerando-o como o fundamento da teoria ética normativa. Assim o agir será eticamente correcto se proporcionam felicidade ou ausência de sofrimento, sendo deste modo considerados menos éticos os comportamentos geradores de sofrimento ou de menos felicidade. Mais, o agir humano deverá procurar sempre a maximização dos benefícios ou do bem-estar do maior número de pessoas, ou pelo menos a redução dos inconvenientes, apresentando como uma certeza o facto de que todas as pessoas desejam viver em unidade e harmonia com a própria natureza do ser humano, enfatizando sentimentos de solidariedade em virtude da universalidade do género humano.


Existem, contudo, diferentes interpretações quanto ao entendimento do que é considerado bom na perspectiva utilitarista. Jeremy Bentham identifica a felicidade com o prazer (perspectiva hedonista) e neste sentido o agir correctamente está condicionado pelo facto de proporcionar ou não prazer. Mill por seu lado atende que existem outros valores para além do prazer, como a amizade, a saúde ou a coragem, aceitando também que o prazer pode ser diferenciado qualitativamente, dando mais importância aos prazeres intelectuais e morais do que meramente sensoriais, ou seja aos prazeres do espírito considerados prazeres superiores.

Actualmente a perspectiva utilitarista é visível nas decisões que têm por base a análise custo-benefício, sento o comportamento eticamente correcto se o número de benefícios causados for superior aos custos originados por esse comportamento. O utilitarismo não hesitará em violar uma regra moral para tentar obter um grande bem para um grande número de pessoas, justificando deste modo os meios com os fins, para além do facto, o que é aliás uma das críticas feitas a esta teoria, aparentemente não ter qualquer preocupação com a minorias, importando apenas a maximizar o bem para o maior número de pessoas possível.

A teoria ética utilitarista de mill from Luis De Sousa Rodrigues

Os prazeres superiores e os prazeres inferiores

Mill tem uma perspectiva hedonista de felicidade. Segundo esta perspectiva, a felicidade consiste no prazer e na ausência de dor. O prazer pode ser mais ou menos intenso e mais ou menos duradouro. Mas a novidade de Mill está em dizer que há prazeres superiores e inferiores, o que significa que há prazeres intrinsecamente melhores do que outros. Mas o que quer isto dizer? Simplesmente que há prazeres que têm mais valor do que outros devido à sua natureza. Mill defende que os tipos de prazer que têm mais valor são os prazeres do pensamento, sentimento e imaginação; tais prazeres resultam da experiência de apreciar a beleza, a verdade, o amor, a liberdade, o conhecimento, a criação artística. Qualquer prazer destes terá mais valor e fará as pessoas mais felizes do que a maior quantidade imaginável de prazeres inferiores. Quais são os prazeres inferiores? Os prazeres ligados às necessidades físicas, como beber, comer e sexo.

Diz-se que o hedonismo de Mill é sofisticado por ter em conta a qualidade dos prazeres na promoção da felicidade para o maior número; a consequência disso é deixar em segundo plano a ideia de que o prazer é algo que tem uma quantidade que se pode medir meramente em termos de duração e intensidade. É a qualidade do prazer que é relevante e decisiva. Daí Mill dizer que é preferível ser um "Sócrates insatisfeito a um tolo satisfeito". Sócrates é capaz de prazeres elevados e prazeres baixos e escolheu os primeiros; o tolo só é capaz de prazeres baixos e está limitado a uma vida sem qualidade. Mas será que é realmente preferível ser um "Sócrates insatisfeito"? Mill afirma que, se fizéssemos a pergunta às pessoas com experiência destes dois tipos de prazer, elas responderiam que os prazeres elevados produzem mais felicidade que os prazeres baixos. Todas fariam a escolha de Sócrates.

Há filósofos que consideram a distinção entre prazeres inferiores e superiores incompatível com o hedonismo. Se, como afirma o hedonismo, uma experiência vale mais do que outra apenas em virtude de ser mais aprazível, ao aumentarmos progressivamente a aprazibilidade do prazer inferior, chegaremos a um ponto em que este pesará mais do que um prazer superior na balança dos prazeres; e nesse caso, se quisermos manter o hedonismo, a distinção entre prazeres inferiores e superiores deixará de fazer sentido e terá de ser abandonada. Convido-te a imaginar que resposta poderá ser dada a esta objecção em defesa da ética de Mill.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Teste Modelo - Os valores

Grupo I
Escolha apenas uma alternativa em cada questão.
(10 x 05 pontos = 50 pontos)


1. A axiologia é a disciplina filosófica que estuda:

(A) Os objectos valiosos;
(B) os valores;
(C) o homem e as suas experiências de vida;
(D) os juízos de facto usados na valoração.

2. O facto de ao valor 'belo' corresponder o seu contravalor 'feio' está relacionado com:

(A) A sua polaridade.
(B) a sua hierarquia;
(C) a sua diversidade;
(D) a sua matéria.

3. A perspectiva filosófica (axiológica) que afirma os valores como propriedades reais existentes nos objectos designa-se por:

(A) Subjectivismo;
(B) relativismo;
(C) objectivismo;
(D) estruturalismo.

4. Os juízos de valor são enunciados subjectivos. Esta afirmação é:

(A) Verdadeira, porque são afirmações sobre diferentes sujeitos.
(B) falsa, porque são enunciados objectivos;
(C) verdadeira, porque derivam da valoração que cada sujeito faz sobre a realidade;
(D) falsa, porque os juízos de valor são universais.

5. A cultura pode ser definida como:

(A) Um fenómeno que ocorre entre os diversos seres vivos;
(B) um fenómeno que ocorre dentro das sociedades actuais;
(C) um fenómeno exclusivo dos animais gregários;
(D) um conjunto de formas de estar, pensar e agir características de uma sociedade.

6. "Os valores são hierarquizáveis, isto é, num dado contexto social e cultural, todos os indivíduos estabelecem as mesmas prioridades, seguindo a mesma escala de valores." Este enunciado é:

(A) Verdadeiro, porque há valores superiores e inferiores;
(B) falso, porque todos os valores têm a mesma importância;
(C) falso, porque embora existam valores superiores e inferiores, as pessoas podem ter prioridades diferentes e seguir diferentes escalas de valores;
(D) verdadeiro, porque embora existam valores superiores e inferiores, as pessoas podem ter prioridades diferentes e seguir diferentes escalas de valores.

7. Dizer que os valores estão condicionados pelo contexto sociocultural e pelo tempo histórico em que o homem se encontra é:

(A) Afirmar a sua absolutividade e perenidade;
(B) afirmar a sua historicidade e relatividade;
(C) afirmar a sua absolutividade e historicidade;
(D) afirmar a sua historicidade e perenidade.

8. De acordo com o etnocentrismo,

(A) Os critérios valorativos não variam de cultura para cultura;
(B) existe um padrão universal para avaliar os costumes;
(C) todas as práticas culturais devem ser toleradas;
(D) há uma cultura mais desenvolvida cujos padrões são melhores do que os das outras culturas.

9. O relativismo cultural:

(A) Rejeita o diálogo intercultural;
(B) rejeita a diversidade cultural;
(C) rejeita a relatividade dos padrões culturais;
(D) rejeita a historicidade dos valores.

10. O interculturalismo:

(A) Aceita a absolutividade dos padrões culturais;
(B) aceita o diálogo intercultural;
(C) aceita a perenidade dos valores;
(D) aceita o etnocentrismo.


Grupo II
Texto 1


1. Comente o texto 1, tendo em conta a relação entre os valores e a ação humana. 
(20 pontos)

2. Poderíamos viver uma vida humana sem os valores? Porquê? (25 pontos)

3. Existem valores universais ou os valores são todos relativos? Responda a esta questão posicionando-se criticamente em relação às teorias axiológicas estudadas (subjetivismo; objetivismo e estruturalismo).(30 pontos)


Texto 2
"É uma norma socialmente reconhecida entre nós que devemos cuidar dos nossos pais e de familiares quando atingem uma idade avançada; os Esquimós deixam-nos morrer de fome e de frio nessas mesmas condições. Algumas culturas permitem práticas homossexuais enquanto outras as condenam (pena de morte na Arábia Saudita). Em vários países muçulmanos a poligamia é uma prática normal, ao passo que nas sociedades cristãs ela é vista como imoral e ilegal. Certas tribos da Nova Guiné consideram que roubar é moralmente correcto; a maior parte das sociedades condenam esse acto. O infanticídio é moralmente repelente para a maior parte das culturas, mas algumas ainda o praticam. Em certos países a pena de morte vigora, ao passo que noutras foi abolida; algumas tribos do deserto consideravam um dever sagrado matar após terríveis torturas um membro qualquer da tribo a que pertenciam os assassinos de um dos seus.
Centenas de páginas seriam insuficientes para documentarmos a relatividade dos padrões culturais, a grande diversidade de normas e práticas culturais que existem actualmente e também as que existiram.
Até há bem pouco tempo muitas culturas e sociedades viviam praticamente fechadas sobre si mesmas, desconhecendo-se mutuamente e desenvolvendo bizarras crenças acerca das outras." Luís Rodrigues

4. Comente o texto 2, tendo em conta a importância do interculturalismo na implementação dos direitos humanos em todas as sociedades. (30 pontos)


Grupo III

Texto 3
O dilema de Henrique


Numa cidade da Europa, uma mulher estava quase a morrer com um tipo muito raro de cancro. Havia um remédio, feito à base de Rádio, que os médicos imaginavam que poderia salvá-la, e que um farmacêutico da mesma cidade havia descoberto recentemente. A produção do remédio era cara, mas o farmacêutico cobrava por ele dez vezes mais do que lhe custava produzi-lo: O farmacêutico pagou €400 pelo Rádio e cobrava €4000 por uma pequena dose do remédio. Henrique, o marido da doente, procurou todos os seus conhecidos para lhes pedir dinheiro emprestado, e tentou todos os meios legais para consegui-lo, mas só pôde obter uns €2000, que é justamente a metade do que custava o medicamento. Henrique disse ao farmacêutico que a sua mulher estava a morrer e pediu-lhe que vendesse o remédio mais barato, ou que o deixasse pagar a prestações. Mas o farmacêutico respondeu: ‘Não, eu descobri o remédio e vou ganhar dinheiro com ele’. Assim, tendo tentado obter o medicamento por todos os meios legais, Henrique, desesperado, considera a hipótese de assaltar a farmácia para roubar o medicamento para sua esposa. O Henrique deve roubar o medicamento?”
Kohlberg

1. O texto 3 apresenta um conflito de valores. Resolva esse conflito usando a Razão como critério valorativo. (Pode usar como referência a bússola dos valores e assumindo um ponto de vista racional). (45 pontos)

Correção

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Os valores Ético-Políticos - Plano de estudo

Pintura de Wolfgang Lettl

Já foi adicionada a ficha sobre a ética deontológica de Kant para os alunos que tiveram negativa no teste 4 - para abrir clique aqui.


II.3.1. A dimensão ético-política - Análise e compreensão da experiência convivencial

3.1.1. Intenção ética e norma moral


O que é a Ética?

O que é a Moral?

A distinção entre Moral e Ética

A Moral e a Ética - introdução à ética.

A ética e a moral (síntese)

A natureza das normas morais

O relativismo moral - ficha prática

O que é o relativismo moral ?

As contradições do relativismo moral

3.1.2. A dimensão pessoal e social da ética

A Pessoa como agente moral ou sujeito ético

A autonomia e a heteronomia

A Razão como critério valorativo

A Razão (consciência moral) como critério de deliberação moral /A ética como uma fundamentação racional da moral

3.1.3.  A necessidade de fundamentação da moral:  análise comparativa de duas perspectivas

A ética deontológica de Kant (apresentação) - Esta apresentação deve ser explorada conjuntamente com a seguinte: Os dilemas do agulheiro e do cirurgião

As teorias éticas de Kant e Suart Mill

A ética deontológica de Kant

A ética de Kant: uma moral do dever

A ética deontológica de Kant - Ficha formativa (Ficha valores éticos 03)

A diferença entre Imperativo Categórico e imperativo(s) hipotético(s) 

A dignidade da Pessoa segundo Kant

Segundo Kant, por que razão a moralidade é imposta a cada ser humano de forma categórica?

A ética utilitarista (teleológica / consequencialista) de Stuart Mill

Kant e Stuart Mill - Questões de exame

Stuart Mill: qual o critério de moralidade?

Kant: qual o critério de moralidade?

Críticas (objeções) à ética deontológica de Kant


Críticas (objeções) ao Utilitarismo


3.1.4. Ética, Direito e Política

Filme: O Rapaz de Pijama às Riscas

Auschwitz - 70 anos depois

A natureza das Normas Jurídicas

O Problema da Justiça

O Problema da justificação do Estado


A desobediência civil

Liberdade e Justiça Social - Origem e justificação do Estado. Aristóteles, Locke e Rawls.


A Teoria da Justiça de Rawls


A Teoria de Rawls e a Teoria Utilitarista


A teoria da justiça de Rawls e a teoria ética deontológica de Kant

Críticas (objeções) à Teoria de Rawls



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Objetivos:
                   
2. Definir o conceito de ética;                
20. Definir o utilitarismo;
26. Problematizar a relação entre a Ética e a Política;
27. Definir o Direito; 
28. Compreender a natureza das normas jurídicas;
29. Distinguir as normas morais das normas jurídicas;
30. Definir o conceito de justiça;
31. Explorar o problema da justiça;
32. Analisar as limitações do igualitarismo;
32. Compreender o problema da origem do Estado e da sua legitimação;
26. Analisar a teoria política de Aristóteles: as origens naturais da Pólis e a sua relação com o bem comum - o homem como animal político;
27. Explicitar a teoria contratualista de Locke: o Estado de Natureza e o Estado Civil;
28. Compreender as funções do Contrato Social;
29. Explicar a teoria da justiça como equidade (J. Rawls);




Fichas (para download):

Trabalho cooperativo:


Ficha valores éticos 01 - A Moral e a Ética

Ficha valores éticos 02 - O relativismo moral.

O que é o relativismo moral? - Texto de apoio.

As contradições do relativismo moral - Texto de apoio.


Ficha valores éticos 03 - teórica - A ética deontológica de Kant

Ficha valores éticos 03 - prática - A ética deontológica de Kant


Trabalho individual:

Ficha E01 - A Pessoa como agente moral ou sujeito ético.

Ficha E02 - A ética deontológica de Kant - Ficha para os alunos que tiveram negativa no teste 4.

Ficha E03 - O Utilitarismo.

Ficha P01 - Interpretação do filme 'O Rapaz de Pijama às Riscas'. O Direito. As normas morais e as normas jurídicas.

Ficha P02 - A Teoria da Justiça de Rawls.

Ficha P03 - Rawls e o utilitarismo.

Ficha P04 - Rawls e a teoria deontológica de Kant.

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Teste 4 - Matriz

TESTE MODELO SOBRE OS VALORES ÉTICOS

TESTE 4 - 10º D

TESTE 4 - 10º D - Correção

Teste 5 - Matriz


TESTE MODELO DE PREPARAÇÃO DO TESTE 5

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

As contradições do relativismo moral

Pintura de Vytautas Laisonas


relativismo moral é mais facilmente compreendido quando comparado com o absolutismo moral. O absolutismo afirma que a moralidade depende de princípios universais (lei natural, consciência). Por exemplo, os absolutistas Cristãos acreditam que Deus seja o recurso principal da nossa moralidade comum, e que essa moralidade é tão imutável quanto Ele. O relativismo moral afirma que moralidade não é baseada em qualquer padrão absoluto. Pelo contrário, as “verdades éticas” dependem da situação, cultura, sentimentos dos indivíduos, etc. O relativismo moral está a ficar cada vez mais popular hoje em dia.

Muitas coisas podem ser ditas sobre os argumentos em defesa do relativismo que demonstram a sua natureza duvidosa. Primeiro, embora muitos dos argumentos usados na tentativa de sustentar essas afirmações até pareçam bons, há uma contradição lógica inerente a todos eles, pois todos propõem um esquema moral “correto” – o esquema que todos nós devemos seguir. Entretanto, isso em si é absolutismo.

Segundo, mesmo os tão chamados relativistas rejeitam o relativismo na maioria dos casos – eles não diriam que um assassino ou violador não são culpados se não tiverem violado os seus próprios padrões.

Terceiro, o facto de que temos palavras como "certo", "errado", "deve", “melhor", etc., mostra que essas coisas existem. Se a moralidade fosse realmente relativa, essas palavras não teriam qualquer significado, diríamos: - “isso faz-me sentir mal”, e não “isso é errado”.

Os relativistas podem até argumentar que valores diferentes entre culturas diferentes mostram que as normas morais são relativas para pessoas diferentes. Mas esse argumento confunde as ações dos indivíduos (o que eles fazem) com padrões absolutos (se devem fazê-lo ou não). Se a cultura é o que determina o certo e errado, como poderíamos ter julgado os nazis? Afinal de contas, eles estavam a seguir a moralidade da sua própria cultura. Eles estariam errados apenas se o assassinato fosse universalmente errado. O facto de que tinham “a sua moralidade” não muda isso. Além disso, apesar de muitas pessoas demonstrarem a moralidade de formas diferentes, elas ainda compartilham uma moralidade em comum. Por exemplo, os defensores do aborto e os opositores ao aborto concordam que o assassinato seja errado, mas discordam se aborto é assassinato ou não.

Alguns afirmam que situações diferentes causam moralidades diferentes – em situações diferentes, os atos diferentes são julgados de uma forma que talvez não seja correta noutras situações. Há três coisas pelas quais devemos julgar uma ação: situação, as consequências e a intenção. Por exemplo, podemos condenar uma pessoa que tentou cometer assassinato (intenção) mesmo se tenha falhado (as consequências). Por outro lado, as situações fazem parte da decisão moral, pois preparam o contexto no qual podemos escolher a ação que vamos executar, por exemplo, se ameaçada na sua integridade física e se se defender de forma violenta empurrando o agressor, não merecerá censura, mas se alguém empurrar outrem, da mesma forma e com a mesma força, só para se divertir, aí a sua ação já será censurável.

O argumento principal que os relativistas tentam usar é o da tolerância. Eles afirmam que é intolerante dizer a alguém que a sua moralidade esteja errada, e o relativismo tolera todas as posições. No entanto, este argumento é contraditório. Em primeiro lugar, o mal nunca deve ser tolerado. Devemos tolerar o ponto de vista de um violador de que as mulheres são objetos de gratificação a serem usadas a seu bel-prazer?
Em segundo lugar, esse argumento destrói-se a si mesmo,  porque os relativistas não toleram a intolerância ou o absolutismo (portanto, a sua tolerância tem limites).
Em terceiro lugar, o relativismo não pode explicar por que é que qualquer pessoa deva ser tolerante em primeiro lugar. O facto de que devemos tolerar pessoas (mesmo quando discordamos) é baseado na regra moral absoluta de que devemos sempre tratar as pessoas justamente – mas isso é absolutismo moral!

http://www.gotquestions.org/Portugues/relativismo-moral.html#ixzz3RFewWAQ7