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terça-feira, 19 de novembro de 2019

Como se faz uma reflexão crítica?




(Modelo A)
Uma reflexão crítica é um texto em que se faz a análise de um documento, experiência ou situação, com o objetivo de retirar daí um conjunto de ensinamentos que possam enriquecer os conhecimentos do autor da reflexão e dos seus leitores.
Não se trata de procurar os pontos negativos do que se pretende analisar, mas encontrar aí ideias (problemas, conceitos teses, argumentos, factos) que possam ser explorados de forma autónoma e coerente).
O autor da reflexão deve dar a sua opinião sobre os elementos sujeitos a análise, com vista a mostrar qual o seu ponto de vista sobre esses elementos, procurando questionar-se sobre os temas mais importantes para conseguir explicitar o seu pensamento sobre o objeto da sua reflexão crítica.
Assim, a reflexão crítica pode ter a seguinte estrutura:
1. Introdução: breve apresentação daquilo que é objeto da reflexão crítica (filme, livro, acontecimento, etc.). Deve ficar explícito o tema central (e/ou problema central) do objeto de reflexão. E deve ser feita uma descrição breve do mesmo.
2. Análise dos conceitos que estão presentes no objeto da reflexão. Esses conceitos devem ser definidos, se possível com recurso a dicionários.
3. Problematização: devem levantar-se questões sobre os conceitos e a forma como eles são apresentados.
4. Argumentação: deve responder-se às questões tendo em conta os dados recolhidos pela análise do objeto da reflexão, bem como a opinião do autor da reflexão, fundamentada com argumentos coerentes.
5. Conclusão: síntese final do pensamento desenvolvido nos pontos 3 e 4.
____________________
(Modelo B)
Como Elaborar uma Reflexão – caminho alternativo (autobiográfico):
Ao elaborar uma reflexão, terá que começar por falar de uma forma resumida sobre o tema geral da reflexão (presente no objeto da análise).
De seguida deverá dizer o que aprendeu com a análise do objeto de reflexão.
O passo seguinte será de explicar como esses novos conhecimentos e aprendizagens o influenciaram e permitem modificar a sua vida, dando exemplos do quotidiano. (Qual a sua utilidade?).
Deve seguir uma sequência lógica, apresentando as ideias de forma clara e articulando-as criando argumentos coerentes. Pode optar-se por fazer questões cuja resposta ajudará a sistematizar a argumentação:
• Como é que este facto / acontecimento/ documento poderá alterar (ou alterou) a minha vida?
• O que aprendi com esta experiência?
• O que deixarei de fazer (ou deixei) de fazer por ter tido esta experiência?
• Que importância poderá ter este facto / aprendizagem na minha formação a nível pessoal e profissional?
• Que relação poderá ter esta experiência / descoberta com o que amanhã poderei ser enquanto profissional /pessoa?






domingo, 2 de outubro de 2016

Aprender a filosofar: as questões filosóficas


As questões filosóficas

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“Pensar por si próprio, é antes de mais colocar-se questões. Ganhemos então o hábito de colocar pontos de interrogação no fim das nossas frases, para deixar sempre aberta a meditação e permitir que ela floresça.”
Michel Tozzi, Penser par soi-même, p. 58

Na sua obra, Crítica da capacidade de julgar, o filósofo alemão Kant (sec.XVIII) expõe três máximas que mostram com clareza a natureza da atividade filosófica: 
            “1. Pensar por si mesmo;
             2.Pensar colocando-se no lugar do outro;
             3. Pensar sempre de acordo consigo mesmo.

A primeira máxima é a do pensamento livre de preconceitos, a segunda máxima é a do pensamento alargado, a terceira máxima é a do pensamento consequente” (KANT, Crítica da Faculdade de Julgar § 40).
__________

Nem todas as questões são filosóficas

Podemos agrupar todas as questões possíveis sob cinco categorias distintas, questões:
(1) de ser;
(2) de lugar;
(3) de tempo;
(4) de ordem;
(5) de causa;
(6) de finalidade.

(1) O que? Quem? Qual? O que é? O que é isso/o que é isto? 
Questões de ser, de identidade, de existência de um sujeito ou de um objecto. (O célebre “ser ou não ser” de Shakespeare).
A questão “o que é x?” foi considerada por Sócrates e Platão a questão filosófica por excelência, porque nos obriga a “mergulhar” na natureza das coisas (no significado profundo dos conceitos). É um tipo de questão que não nos deixa fugir aos assuntos.

(2) Onde? (Onde é que foi(será)?/ Onde é que se passou(passará)?/ Onde aconteceu (acontecerá)?).
Questões de lugar, de espaço.

(3) Quando? (Quando é que?).
Questões de tempo.

(4) Como? (Como se deu isso?/Como aconteceu?).
Questões de ordem, de procedimento, de organização, de envolvimento.
As questões deste tipo são uma combinação de “onde?” e “quando?”.

(5) Porquê? (Por que é que?).
Questões de causa, de sentido, de origem.
É a  questão mais perturbadora uma vez que a resposta pode gerar ainda e sempre um novo “porquê?” Ela só desaparece face ao humor e aos limites da nossa imaginação. Ela conduz-nos por vezes ao impasse da referência circular como no problema do ovo e da galinha. Ela pode comportar também uma armadilha ilusória: o simples facto de a formular deixa pensar que uma resposta é possível.

(6) Para quê? Com que intenção?
Questões de intencionalidade, que visam especialmente as ações humanas e as intenções que a elas presidem. Os filósofos finalistas consideram que existe uma finalidade (intencionalidade), divina ou racional, nos fenómenos naturais, questionando-os de forma aproximável ao questionamento em torno das ações humanas. Pode dizer-se que este tipo de questão é uma derivação das questões de causa (5).




O que é que distingue as questões filosóficas?

Devem estar reunidas três condições para que uma questão possa ser considerada filosófica:

(1) A sua forma interrogativa torna possíveis várias respostas credíveis.
Uma questão que só tem uma só resposta possível é de ordem prática – factual (f); científica (c); técnica (t) ou jurídica (j) – ou religiosa (r) (dogmática, fanática – [nos casos extremos]). Pelo contrário, a questão filosófica (fil), como um funil invertido, esboça-se sobre uma abertura larga, ela permite uma perspectiva alargada, ela é um ponto de partida, enquanto as questões de ordem prática ou religiosa conduzem a um só ponto dado, a um acabamento (a uma meta final).

(2) Elas interrogam a razão a um nível de generalidade e de universalidade que diz respeito a todos os homens.
Uma questão que diz respeito apenas a um indivíduo, ou a um só grupo, sai do quadro da filosofia porque não é universal. Ela exige uma resposta específica (factual ou jurídica) que se aplica a dada situação. A questão “o que sou eu?” pode ter um alcance filosófico ou não dependendo de nos ser colocada por um agente fronteiriço (“Quem é você? [Qual é a sua identificação?]) ou um filósofo (Quem somos nós? [O que somos nós? O que é o homem?]).

(3) Elas articulam-se através das noções abstratas da linguagem.

A linguagem permite a expressão do pensamento, o que não quer dizer que o pensamento seja anterior à linguagem: podemos pensar porque podemos falar (sem linguagem não haveria pensamento). Consequentemente, todas as questões filosóficas exprimem-se através de frases. Mas nem nem todos os discursos (tudo o que dizemos) exprimem um pensamento filosófico. Isso depende da sua formulação.


François Brooks
http://www.philo5.com/Penser%20par%20soi-meme/Les%20questions%20philosophiques.htm

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Como estruturar um texto argumentativo



Um TEXTO ARGUMENTATIVO é um texto em que defendemos uma ideia, opinião ou ponto de vista, ou seja, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso leitor a aceite, creia nela.

Num texto argumentativo, distinguem-se três componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas.

A TESE é a ideia que defendemos, necessariamente polémica, pois a argumentação implica divergência de opinião.

Os argumentos de um texto são facilmente localizados: identificada a tese, faz-se a pergunta porquê? (Ex.: o autor é contra o aborto (tese). Porque ... (argumentos).

As ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS não se confundem com os ARGUMENTOS. Esses, como se disse, respondem à pergunta porquê (o autor defende uma tese tal PORQUE ... - e aí vêm os argumentos).

As ESTRATÉGIAS argumentativas os recursos utilizados para convencer o leitor, encarando-o como um sujeito racional.

Os exemplos a seguir poderão dar melhor ideia acerca do que estamos a falar:
A CLAREZA do texto - para citar um primeiro exemplo - é uma estratégia argumentativa na medida em que, em sendo claro, o leitor poderá entender, e entendendo, poderá concordar com o que está a ser exposto. Portanto, para conquistar o leitor, quem escreve vai procurar por todos os meios ser claro, isto é, utilizar a ESTRATÉGIA da clareza. A CLAREZA não é, pois, um argumento, mas é um meio (estratégia) imprescindível, para obter adesão das mentes, dos espíritos.

O TÍTULO ou o INÍCIO do texto devem ser utilizados como estratégia para captar a atenção do leitor imediatamente. De nada valem os nossos argumentos se não são lidos.

A utilização de vários argumentos, a sua disposição ao longo do texto, o ataque às posições adversárias, as antecipações em que o escritor prevê a argumentação do adversário e responde-lhe, a qualificação das fontes, etc., são alguns outros exemplos de estratégias argumentativas.

A estrutura de um texto argumentativo:

1. Introdução apresentação da tese: afirmativa suficientemente definida e limitada; não deve conter em si mesma nenhum argumento.

1.1. Análise da proposição ou tese: definição do sentido da tese ou de alguns dos seus termos, a fim de evitar mal-entendidos. (1º Parágrafo – cerca de 5 linhas).

2. Formulação de argumentos: factos, exemplos, dados estatísticos, testemunhos, raciocínios, etc. (Um parágrafo para cada argumento).

3. Conclusão. A conclusão é o remate do texto, por isso deve ser logicamente derivada dos argumentos apresentados no texto. Pode ser uma reafirmação eloquente da tese (e do argumento mais forte), acompanhada (ou não – isso fica ao critério do autor) da formulação de questões que permitam reforçar o sentido do texto, ao mesmo tempo que levam o leitor a questionar-se sobre aspetos do tema abordado que não puderam ser aprofundados. Por vezes basta, para concluir um texto, apresentar uma questão bem formulada. (último parágrafo – Não deve ser muito maior do que a introdução – cerca de 7 linhas).
http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php (Texto adaptado





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Como construir um texto argumentativo em Filosofia:

Apresente as suas ideias por uma ordem natural.
Os argumentos curtos escrevem-se normalmente em um ou dois parágrafos. Coloque a conclusão primeiro, seguida das suas razões, ou apresente as suas premissas primeiro e retire a conclusão no fim. Em qualquer dos casos, apresente as suas ideias pela ordem que mais naturalmente revele o seu raciocínio ao leitor.

Repare neste curto argumento de Bertrand Russell: 

Os males do mundo devem-se tanto a deficiências morais quanto à falta de inteligência. Mas a humanidade não descobriu até agora qualquer método para erradicar as deficiências morais [...] A inteligência, pelo contrário, é facilmente aperfeiçoada através de métodos que todos os educadores competentes conhecem. Logo, até que se descubra um método para ensinar a virtude, o progresso terá de ser alcançado através do aperfeiçoamento da inteligência, e não da moral. 

Cada afirmação desta passagem conduz naturalmente à próxima. Russell começa por apontar duas fontes do mal no mundo: «deficiências morais», nas suas palavras, e «falta de inteligência». Afirma depois que não sabemos como corrigir as «deficiências morais», mas que sabemos como corrigir a falta de inteligência. Logo — note-se que a palavra «logo» marca claramente a sua conclusão —, o progresso terá de advir do aperfeiçoamento da inteligência.. Cada frase deste argumento está no lugar certo. E havia muitos lugares errados à sua disposição. Suponhamos que Russell o escrevera antes desta maneira: Os males do mundo devem-se tanto a deficiências morais quanto à falta de inteligência. Até que se descubra algum método para ensinar a virtude, o progresso terá de ser alcançado através do aperfeiçoamento da inteligência, e não da moral. A inteligência é facilmente aperfeiçoada através de métodos que todos os educadores competentes conhecem.
Mas a humanidade não descobriu até agora qualquer método para erradicar deficiências morais. Estas são exatamente as mesmas premissas e conclusão, mas estão numa ordem diferente, e a palavra «logo», antes da conclusão, foi omitida. Agora o argumento é muito mais difícil de compreender: as premissas não estão naturalmente encadeadas e temos de ler a passagem duas vezes só para percebermos a conclusão. Não espere que os seus leitores sejam assim tão pacientes. É de esperar que sejam necessárias várias reformulações do seu argumento até encontrar a ordem mais natural. As regras discutidas neste livro deverão ajudá-lo: pode usá-lo não apenas para descobrir de que premissas necessita, mas também para as formular da maneira mais natural.  

Parta de premissas fidedignas.
Por melhor que argumente a partir das premissas para a conclusão, a sua conclusão será fraca se as suas premissas forem fracas. Hoje não há ninguém no mundo realmente feliz. Logo, parece que os seres humanos não foram feitos para a felicidade. Por que devemos esperar o que nunca poderemos encontrar? A premissa deste argumento é a afirmação de que hoje não há ninguém no mundo realmente feliz. Pergunte-se se esta premissa é plausível. Não há ninguém hoje no mundo realmente feliz? Esta premissa precisa, no mínimo, de alguma defesa e é muito natural que não seja pura e simplesmente verdadeira. Logo, este argumento não pode mostrar que os seres humanos não foram feitos para a felicidade ou que não devemos ter esperança nela. Por vezes, é fácil começarmos por premissas fidedignas. Podemos dispor de exemplos muito conhecidos ou de autoridades bem informadas que estão claramente de acordo. Outras vezes é mais difícil. Se não tem a certeza de que uma premissa é fidedigna, pode ter de fazer alguma pesquisa e/ou apresentar um curto argumento para defender a própria premissa. (Regressaremos a este tema em capítulos posteriores, especialmente na regra 32 do capítulo VII.) Se descobrir que não pode argumentar adequadamente a favor da sua premissa ou premissas, então, está claro, é necessário que desista completamente desse argumento e comece por outro lado.

Anthony Weston, A arte de argumentar

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Como tratar a informação escrita

Níveis de leitura
Objectivos
Estratégias

Global
Adquirir uma ideia global do conteúdo do texto.
Orientar(-se)
Questionar
Compreensiva
Compreender o conteúdo (em filosofia: o problema, a tese, as teorias, os argumentos).
Questionar
Analisar
 (análise compreensiva)             
Crítica
Comparar o que o texto transmite com as nossas próprias informações e ideias.
Questionar
Analisar (análise crítica)             
Reflexiva
Elevado nível de compreensão, capacidade crítica e reflexão.
Questionar
Analisar (anal. reflexiva)             
ESTRATÉGIAS ORGANIZADORAS DA LEITURA
Orientar(-se) A primeira abordagem que o aluno faz ao texto é para se orientar. O aluno deve situar-se, quer seja para se motivar para a leitura, quer seja para se inteirar sobre o assunto de que trata o documento escrito a estudar (ficha, livro, texto, etc.). A primeira coisa que devemos fazer quando nos propomos ler um texto é ter uma ideia global do que ele contém (orientarmo-nos na leitura).
·       O que é que vou ler? Qual o tema ou assunto? Parece difícil? O que é que eu já sei disto?
·       Como é que fico a saber antecipadamente o que é que vou ler? Leitura global, rápida, “por alto”, “em diagonal”, a “varrer” o texto. Não é para perceber tudo, é para ter uma ideia geral. Dar atenção a títulos e subtítulos, índices, letras destacadas. Dar também uma olhadela (sem se perder) às imagens, esquemas, gráficos, mapas, notas. Se os houver, claro.
Questionar Outra estratégia organizadora fundamental consiste no questionar. Ao questionar-se sobre os aspectos mais relevantes do texto, o aluno vai formulando e testando hipóteses, o que, para além de ajudar a estabelecer objectivos e a organizar a informação, lhe permite a auto-avaliação do seu processo de assimilação e compreensão do texto. Devemos questionar o texto antes de iniciar a leitura, durante a mesma e no final.
·       Como questionar? Questionar o quê? Para a leitura ser feita com concentração e interesse, para os conhecimentos serem integrados e a memorização facilitada, o aluno deve pensar enquanto lê.
·       Pensar enquanto lê significa perguntar-se:
ü  Vou ler o texto para quê?
ü  Que utilidade tem a leitura do texto?
ü  O que procuro no texto?
ü  Qual é o objectivo da tarefa de que faz parte a leitura do texto?
ü  O que já conheço do assunto?
ü  Como se relaciona o que já sei com o que procuro no texto?
Analisar Depois dos alunos se terem orientado e começado a questionar sobre o que encontram no texto, só o compreendem fazendo uma análise do material. Conforme o tipo ou nível de análise que se pretende fazer, existem diferentes tipos de leitura.
·    Análise compreensiva para conhecer e compreender todo o texto. Identifica-se o assunto do texto. Distinguem-se as ideias principais das ideias secundárias, na linha de desenvolvimento do texto. Num texto filosófico: identifica-se o tema, o problema, a(s) tese(s) e teoria(s), e os respectivos argumentos.
·       Análise crítica para comparar a informação que o texto nos dá (ou as posições nele defendidas) com os conhecimentos e ideias que já possuímos sobre o assunto. “O que é que eu penso do que li?” Claro que esta crítica só é possível após a análise compreensiva bem sucedida (quando criticamos um texto que não percebemos… estamos a criticar outra coisa qualquer, não o que está no texto!). Num texto filosófico: comparar teses e teorias, comparar os respectivos argumentos, contra-argumentar, refutar.
·       Análise reflexiva é uma leitura crítica mais profunda. Só pode ser feita por quem tenha experiência de vida e/ou conhecimentos prévios sobre o tema que está a ler e capacidade de comparar informações antigas e novas, provas, fundamentos e consequências das teses apresentadas. “Face ao que eu já sabia, o que me traz de novo o que li?” É neste plano que se situa a actividade filosófica propriamente dita. É treinando este tipo de análise que começamos a filosofar.


Técnicas de leitura
Para quê? Como?

Sublinhar é colocar traços e outros sinais debaixo de certas palavras que se deseja destacar do texto.

·       Para quê? Concentrar a atenção no que é essencial.
·       Distinguir as ideias principais e secundárias.
·       Descobrir a estrutura lógica do texto (problema(s), tese(s), argumento(s), contra-argumento(s))

Como sublinhar?

·       Não sublinhar numa primeira leitura (leitura global). Seria um obstáculo à leitura posterior.
·       Não sublinhar em excesso. Invalidaria o acto de sublinhar.
·       Evitar as tintas, preferir o lápis. Permite corrigir trajectórias de leitura.
·       Ter o dicionário à mão. Não compreender um termo pode inquinar a compreensão do texto.
·       Sublinhar as ideias do texto, consoante a sua importância dentro do que é exposto. Valor da ideia no desenvolvimento do texto (ideia principal ou ideia secundária), valor lógico da ideia (é o problema? é a tese? é um argumento?).
·       Podem utilizar diferentes tipos de enunciados para os diferentes valores das ideias.

Parafrasear é escrever ou dizer por palavras suas o que outra pessoa disse ou escreveu, mantendo uma total fidelidade ao que foi dito, nada acrescentando ou tirando.


Parafrasear é uma das formas de interpretar o pensamento de um autor. Quando não conseguimos parafrasear, quanto maior for a dificuldade de dizer por palavras nossas o que lemos, mais longe estaremos de compreender bem o texto.


Para quê?

·       Para sabermos (e saberem) que compreendemos o que lemos. O texto torna-se “nosso”.
·       Para ajudar na elaboração de um resumo ou de um comentário ao texto.

Como parafrasear?

·       Pensando “no que o autor quer dizer” naquele trecho, nunca o desligando do contexto.
·       Encontrando palavras e frases equivalentes às do texto, sem repetir ou copiar as que lá estão.



A diferença entre parafrasear e citar: ao citar, repetimos as palavras do texto tal e qual como foram ditas. Nesse caso colocam-se as palavras, do autor, entre aspas). 



Resumir é dizer ou escrever em poucas palavras o conteúdo do texto. Significa que se respeita o texto mas apenas no essencial. Resumir é sinónimo de abreviar e sintetizar. 



Para quê?
·       Para distinguirmos o que é mais importante no texto.
·       Para compreendermos melhor o conteúdo do texto.
·       Para sentirmos e demonstrarmos que dominamos o assunto.
·       Para disciplinar o pensamento e facilitar a organização do estudo.


Como resumir?

·       “Regra de ouro”: ler e compreender bem o texto antes de resumir.
·       Nunca tentar fazê-lo logo na primeira leitura, nem à medida que se vai lendo.
·       Incluir apenas as ideias principais.
·       Apresentar as ideias pela ordem que surgem no texto e correctamente ligadas entre si. Expressar-se por palavras suas (usar sinónimos).
·       Utilizar termos gerais para designar conjuntos de objectos, factos ou acções.

Ana Ávila da Silva / Florbela Veríssimo Pires, Maleta de Filosofia