O pensamento desenvolve-se de acordo com três actos fundamentais do nosso espírito: a conceptualização (ou generalização representativa), o juízo e o raciocínio. A Lógica formal não se preocupa em saber quais as faculdades da mente que estão na base destes
três tipos de operações mentais, isso é uma tarefa para a Psicologia e para a Gnosiologia. O que lhe interessa é conhecer as suas características formais e estabelecer normas que permitam a sua correta articulação formal.
Conceptualizar significa criar uma representação mental de uma classe de objetos ou elementos da realidade externa ou interna. De uma forma mais rigorosa, podemos afirmar que na conceptualização estão envolvidos dois atos da mente: em primeiro lugar, a apreensão das características distintivas presentes num número significativo de elementos de uma classe de objetos pertencentes à realidade, seguida da generalização dessas características, incluindo-as numa representação abstrata das características comuns a todos os elementos dessa classe de objetos.
Assim, podemos definir o conceito como: a representação abstrata da essência (natureza) de uma classe de objetos. Por exemplo, o enunciado ‘o homem é um animal racional’, é a definição do conceito de ‘homem’, porque apresenta as características essenciais da classe dos homens: estas características estão presentes em todos os indivíduos humanos. Mas atenção: o que interessa à Lógica não são as realidades a que os conceitos se referem, mas as propriedades formais dos conceitos, e estas são duas: a
extensão e a compreensão.
TEXTO
“Os homens inventaram os conceitos para descrever o mundo que os rodeia. Muito cedo o homem descobriu que certos objetos, acontecimentos, processos e regiões possuíam características semelhantes. Então, agrupou os vários fenómenos em termos das semelhanças descobertas à base de tamanho, peso, localização no tempo e espaço, proveniência, função, etc. Os conceitos vão desde ideias sobre coisas muito simples até às abstrações de alto nível, bastante distanciadas do nível dos objetos concretos.
O pensamento, o progresso e o desenvolvimento em todos os domínios da atividade humana dependem da exatidão dos nossos conceitos.
Os homens inventaram também símbolos para exprimir o significado dos conceitos. Os símbolos primitivos relacionavam-se de perto com os objetos originais, tais como os desenhos das cavernas, a primitiva escrita pictórica, os hieróglifos. Os modernos sistemas de linguagem vão desde o relativamente simples ao bastante complexo. O uso extensivo de símbolos é uma característica predominante das modernas culturas.
Os conceitos e os símbolos servem para a comunicação, mas são também vitais para o raciocínio e para a descoberta de novas relações. Não podemos pensar bem em qualquer campo de conhecimento sem conhecermos os conceitos sistemáticos em que esse campo assenta. Os níveis avançados em qualquer disciplina baseiam-se em conceitos complexos, especializados e muitas vezes difíceis de compreender.”
Burton, Kimbal e Wing, Anatomia do pensamento, p. 238-239.
A Extensão e a Compreensão do Conceito
Designa-se extensão de um conceito, o conjunto de indivíduos (entidades/objectos) a que o conceito se refere. A maior ou menor extensão de um conceito corresponde ao seu maior ou menor grau de generalidade ou à sua maior ou menor proximidade à singularidade. Assim, atendendo à sua extensão, os conceitos podem ser singulares, particulares, ou universais.
Os conceitos singulares, são aqueles que se referem apenas a um indivíduo. Por exemplo:
• ‘Este homem’
• ‘Maria’.
• ‘O meu cão’.
• ‘Aquele autocarro’.
Os conceitos particulares, são aqueles que se referem a parte de uma classe de objectos:
• ‘Alguns homens’.
• ‘Alguns animais’.
• ‘A maioria dos automobilistas’.
• ‘Certas canetas’.
Os conceitos universais, são aqueles que se referem a todos os membros de uma classe de objectos:
• ‘Todos os homens’.
• ‘Os animais’.
• ‘Todos os cães’.
• ‘Todos os veículos’.
três tipos de operações mentais, isso é uma tarefa para a Psicologia e para a Gnosiologia. O que lhe interessa é conhecer as suas características formais e estabelecer normas que permitam a sua correta articulação formal.
Conceptualizar significa criar uma representação mental de uma classe de objetos ou elementos da realidade externa ou interna. De uma forma mais rigorosa, podemos afirmar que na conceptualização estão envolvidos dois atos da mente: em primeiro lugar, a apreensão das características distintivas presentes num número significativo de elementos de uma classe de objetos pertencentes à realidade, seguida da generalização dessas características, incluindo-as numa representação abstrata das características comuns a todos os elementos dessa classe de objetos.
Assim, podemos definir o conceito como: a representação abstrata da essência (natureza) de uma classe de objetos. Por exemplo, o enunciado ‘o homem é um animal racional’, é a definição do conceito de ‘homem’, porque apresenta as características essenciais da classe dos homens: estas características estão presentes em todos os indivíduos humanos. Mas atenção: o que interessa à Lógica não são as realidades a que os conceitos se referem, mas as propriedades formais dos conceitos, e estas são duas: a
extensão e a compreensão.
TEXTO
“Os homens inventaram os conceitos para descrever o mundo que os rodeia. Muito cedo o homem descobriu que certos objetos, acontecimentos, processos e regiões possuíam características semelhantes. Então, agrupou os vários fenómenos em termos das semelhanças descobertas à base de tamanho, peso, localização no tempo e espaço, proveniência, função, etc. Os conceitos vão desde ideias sobre coisas muito simples até às abstrações de alto nível, bastante distanciadas do nível dos objetos concretos.
O pensamento, o progresso e o desenvolvimento em todos os domínios da atividade humana dependem da exatidão dos nossos conceitos.
Os homens inventaram também símbolos para exprimir o significado dos conceitos. Os símbolos primitivos relacionavam-se de perto com os objetos originais, tais como os desenhos das cavernas, a primitiva escrita pictórica, os hieróglifos. Os modernos sistemas de linguagem vão desde o relativamente simples ao bastante complexo. O uso extensivo de símbolos é uma característica predominante das modernas culturas.
Os conceitos e os símbolos servem para a comunicação, mas são também vitais para o raciocínio e para a descoberta de novas relações. Não podemos pensar bem em qualquer campo de conhecimento sem conhecermos os conceitos sistemáticos em que esse campo assenta. Os níveis avançados em qualquer disciplina baseiam-se em conceitos complexos, especializados e muitas vezes difíceis de compreender.”
Burton, Kimbal e Wing, Anatomia do pensamento, p. 238-239.
A Extensão e a Compreensão do Conceito
Designa-se extensão de um conceito, o conjunto de indivíduos (entidades/objectos) a que o conceito se refere. A maior ou menor extensão de um conceito corresponde ao seu maior ou menor grau de generalidade ou à sua maior ou menor proximidade à singularidade. Assim, atendendo à sua extensão, os conceitos podem ser singulares, particulares, ou universais.
Os conceitos singulares, são aqueles que se referem apenas a um indivíduo. Por exemplo:
• ‘Este homem’
• ‘Maria’.
• ‘O meu cão’.
• ‘Aquele autocarro’.
Os conceitos particulares, são aqueles que se referem a parte de uma classe de objectos:
• ‘Alguns homens’.
• ‘Alguns animais’.
• ‘A maioria dos automobilistas’.
• ‘Certas canetas’.
Os conceitos universais, são aqueles que se referem a todos os membros de uma classe de objectos:
• ‘Todos os homens’.
• ‘Os animais’.
• ‘Todos os cães’.
• ‘Todos os veículos’.
Designa-se compreensão de um conceito, o conjunto de características (dos objectos por ele denotadas) que nele estão representadas. Assim a compreensão do conceito de ‘Homem’, corresponde às características específicas ou essenciais da classe dos homens, ou seja, simplificando, às características comuns a todos os homens.
Podemos então enunciar a regra da relação entre a compreensão e da extensão dos conceitos (RC1):
Regra RC1 – À medida que a extensão de um conceito cresce, a sua compreensão decresce, e inversamente.
Podemos então enunciar a regra da relação entre a compreensão e da extensão dos conceitos (RC1):
Regra RC1 – À medida que a extensão de um conceito cresce, a sua compreensão decresce, e inversamente.
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Os atos do pensamento e a sua expressão lógica
Devemos esclarecer a distinção lógica entre os actos do pensamento e a sua
expressão em termos de linguagem formal: no caso do conceito, este é expresso
na linguagem natural através da palavra. Como a Lógica se deve afastar o
mais possível da ambiguidade polissémica da linguagem natural, o conceito
é expresso através do termo.
Assim, o termo corresponde à designação lógica do símbolo, ou conjunto de símbolos, que se convencionou utilizar para expressar um conceito. De igual modo, a expressão lógica de um juízo designa-se proposição, enquanto que a expressão lógica de um raciocínio tem a designação lógica de argumento. Por razões práticas, daqui para a frente poderemos referir-nos quer aos conceitos, juízos e raciocínios, quer aos termos, proposições e argumentos, ficando estabelecido que, do ponto de vista prático, é indiferente utilizarmos um ou outro tipo de designação.
Para que se compreenda esta correspondência, consulte-se o seguinte quadro:
Assim, o termo corresponde à designação lógica do símbolo, ou conjunto de símbolos, que se convencionou utilizar para expressar um conceito. De igual modo, a expressão lógica de um juízo designa-se proposição, enquanto que a expressão lógica de um raciocínio tem a designação lógica de argumento. Por razões práticas, daqui para a frente poderemos referir-nos quer aos conceitos, juízos e raciocínios, quer aos termos, proposições e argumentos, ficando estabelecido que, do ponto de vista prático, é indiferente utilizarmos um ou outro tipo de designação.
Para que se compreenda esta correspondência, consulte-se o seguinte quadro:
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Actividades:
1. O que são e para que servem os conceitos? Justifique.
2. Poderia existir o pensamento sem conceitos? Porquê?
3. Distinga a extensão e a compreensão dos conceitos.
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