segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Teste Sumativo I 10ºE - Correção

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Filosofia 10                                 Teste Sumativo 1  - correção
Professor Paulo Gomes

Grupo I

Versão 1            Versão 2
 1.C                           1.B
 2.D                           2.A
 3.C                           3.A
 4.D                           4.B
 5.B                           5.D
 6.A                           6.C
 7.A                           7.C
 8.D                           8.C
 9.C                            9.D
 10.C                         10.A

Grupo II

1. Aceitava-se uma das seguintes frases interrogativas:
   -  O que é a filosofia?
    - O que caracteriza a filosofia?
    - O que caracteriza a interrogação filosófica?
    - O que é que caracteriza a atitude filosófica?

2. A filosofia é uma atividade crítica/ um saber crítico (“A face negativa e a face negativa da atitude filosófica constituem o que chamamos atitude crítica e pensamento crítico”).

3.  Argumento 1 – “A primeira característica da atitude filosófica é negativa – é um dizer não ao senso comum”;
     Argumento 2 – A atitude filosófica é interrogativa (“A segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os factos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos (...)”;
    Argumento 3 – A filosofia começa com o reconhecimento da ignorância (“A filosofia (...) começa por dizer que não sabemos o que imaginávamos saber).

As repostas dadas a seguir servem apenas para ilustrar o que se pedia no enunciado, não são respostas modelo, ou seja, são possíveis respostas diferentes que obedeçam às instruções do enunciado das questões.

4. A filosofia é um saber crítico, porque o seu ponto de partida é o reconhecimento da ignorância (o espanto) que nasce da ruptura com o senso comum.
O filósofo põe em causa o dogmatismo do senso comum, pondo em dúvida tudo o que parece óbvio, todas as evidências que nascem da nossa experiência quotidiana do mundo e da vida.
A alegoria da caverna mostra isso muito bem: nós somos os homens que estão presos na caverna. É certo que não estamos amarrados, mas é como se o estivéssemos: enquanto não nos interrogamos sobre o que é o mundo, o que somos, até que ponto o que conhecemos é  verdadeiro, estamos numa situação semelhante à dos prisioneiros da caverna.
Se nos interrogarmos, se duvidarmos de tudo o que nos parece evidente sem que, de facto, tenhamos uma justificação racional para tal, então, somos como o homem que se liberta da caverna, porque rompemos com as ilusões do senso comum, com o ‘ilusionismo’ de tudo nos parecer banal e sem qualquer mistério na sua base...
Tal como o homem que se liberta da caverna se espanta ao aperceber-se da ignorância em que vivia antes de sair da caverna, também nós iremos descobrir que afinal a realidade é muito mais vasta do que julgávamos.

5. O poema pode ilustrar a atitude filosófica porque assume uma orientação interrogativa marcada pela radicalidade. Ao perguntar ‘Que sou eu?’ o poeta coloca-se na posição socrática da busca do conhecimento de si próprio. Para Sócrates a filosofia baseava-se na máxima ‘conhece-te a ti mesmo’, porque quem não procura conhecer-se a si próprio nunca poderá reconhecer a sua ignorância, ficando preso às ilusões do senso comum.
O reconhecimento da ignorância é predominante no poema (“Ignoramos; dar-lhe o nome de Deus não nos conforta”). E este é acompanhado pela formulação de hipóteses explicativas, mesmo que não seja dada uma resposta conclusiva às interrogações, somos ‘espicaçados’, obrigados a questionarmo-nos sobre nós e a nossa situação no mundo: “Talvez o destino humano, (...), Seja instrumento de Outro”.

6. A filosofia é um saber radical porque não se contenta com respostas parcelares para os problemas. A interrogação filosófica não tem limites, ela é levada às últimas consequências, daí dizer-se que a filosofia vai à raiz dos problemas.
Por isso a interrogação filosófica tem por objecto a totalidade do real, é uma busca pelo sentido de tudo, do universo e da nossa existência.
As questões filosóficas permitem-nos encontrar respostas que suscitam novas questões. Ao responder a uma questão o filósofo não está a fechar o questionamento, mas, pelo contrário, está a tentar ir ainda mais longe, porque a única certeza que tem é a de que a possibilidade de questionar e de responder é ela própria um enigma: questionando pomos em causa o que sabemos e o que somos, porque o que julgamos saber define-nos a nós e ao mundo, se reconhecermos a nossa ignorância, mudamos de mundo e mudamo-nos – deixamos de estar fechamos num mundo sem graça, completamente definido e desinteressante, para descobrirmos que a vida é uma aventura sem fim, em vez de nos vermos como tristes repetidores do que é habitual, vemo-nos como decifradores de enigmas, espetadores e atores no maior espetáculo que imaginar: o universo é fabuloso!

Grupo III

1. Na resposta a esta questão exigia-se a formulação de uma tese geral sobre as tortura que deveria ser justificada. Depois essa tese deveria ser aplicada ao caso concreto.
Neste caso, o único limite que temos na nossa argumentação são os princípios lógicos da razão – não podemos entrar em contradição.
Se defendermos a tese de que a tortura é aceitável temos que definir com clareza em que circunstâncias. É que este caso parece claro, mas, se admitirmos que há situações em que a tortura é aceitável, como saberemos que esta não será aplicada a inocentes?
E aquele que tortura não se torna mau? Quem pode ser bom se for capaz de torturar outro ser humano?
Para justificarmos filosoficamente (o enunciado diz ‘argumentativamente’) uma tese temos, necessariamente que colocar questões pertinentes cuja resposta possa dar consistência à nossa argumentação.

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