A importância da sociedade
Se é verdade que o homem transforma a natureza através da sua acção, também é verdade que essa intervenção do homem não é caótica. Tendo em conta que cada ser humano é dotado de uma consciência racional e de liberdade, é de facto surpreendente a forma como os homens se organizam de forma a conseguirem atingir objectivos comuns, sem que as diferenças individuais impeçam o sucesso dos projectos colectivos.
Também é de registar que os homens vivem em sociedade e que todas as sociedades humanas são diferentes, têm formas de funcionamento diferentes, mas todas têm em comum a existência de regras, relativas a todos os aspectos significativos da convivência entre os indivíduos que as compõem. Essas regras podem ser transmitidas de geração em geração, sob a forma de costume, ou podem ser codificadas em corpos legislativos mais ou menos complexos, que regulam a vida dos indivíduos e orientam a prática da justiça.
Desde a antiguidade que os filósofos, os historiadores e, a partir do século XIX, os investigadores das ciências humanas, como a Sociologia, a Psicologia, a Antropologia, entre outras, procuram descobrir o que está na base da sociabilidade humana, o que mantém as sociedades humanas coesas, apesar das diferenças que existem entre os indivíduos. Não andará longe da verdade, quem disser que o que mantém a coesão das sociedades humanas é o sentimento de pertença a um grupo, em primeiro lugar à família, e em segundo lugar à comunidade mais alargada em que os indivíduos nascem, e dentro da qual se dá a sua formação. De facto, a socialização forma nos indivíduos esta consciência da identidade com a comunidade, a consciência de que os outros membros do grupo social são importantes, de que a vida individual só tem sentido no seio de uma vida colectiva que a enquadra e lhe dá significado.
Ser humano é ser para e com os outros. “Ninguém é um ilha”, como disse o poeta inglês John Donne: não há nada mais destrutivo para o indivíduo do que a solidão e tudo aquilo que contribui para cortar os seus laços com os outros. A nossa consciência e a nossa liberdade são intersubjectivas: nós pensamos e agimos, sempre, em relação com, ou em relação a, outrem. Ora isto não deve ser considerado como uma forma de desvalorização do indivíduo, mas antes pelo contrário. Para nos relacionarmos com os outros de uma forma construtiva, temos que estar bem cientes das nossas capacidades e das nossas escolhas individuais.
As regras e padrões que dão coerência ao corpo social e orientam, ao mesmo tempo, a acção dos indivíduos, indicando-lhes padrões de conduta socialmente aceitáveis e dando-lhes a consciência da pertença a uma comunidade, são os valores.
O subjetivismo axiológico centra a sua argumentação na valoração, encarada como um fenómeno individual, mas grande parte das experiências axiológicas tem a ver com a dimensão social da existência humana. Os seres humanos não se limitam a viver uma vida individual, a existência humana tem uma dimensão convivial, intersubjetiva.
Os valores têm uma origem social, são elementos fundamentais da cultura de cada uma das sociedades.
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No filme 'O menino selvagem' vimos a importância socialização: nós, seres humanos, não nascemos humanos. Precisamos de um longo processo de transformações sucessivas para nos tornarmos humanos.
E como a própria humanidade está em contínua evolução, esse processo não tem fim, pois estamos sempre a adaptarmo-nos ao meio em que vivemos - a sociedade. O meio social é estruturado sob a forma de uma cultura que, ao mesmo tempo que estrutura a sociedade e permite a formação e a expressão da individualidade, também ganha novas formas à medida que os indivíduos e a sociedade, em parte ou no seu todo, tomam decisões e dão origem a novos bens, ideias, comportamentos, etc.
Podemos definir a cultura como sendo tudo aquilo que é produzido pelo homem (enquanto ser social). O homem constrói-se produzindo cultura, modificando o meio em que vive, o que significa que à medida que modificamos o meio em que vivemos, também nos transformamos a nós próprios. Daí dizer-se que o homem é, ao mesmo tempo, produto e produtor de cultura.
Isto é válido tanto para os indivíduos como para a espécie.
A espécie humana evoluiu com base na produção cultural: os nossos antepassados antropóides conseguiram libertar-se dos imperativos da evolução biológica (a lei da seleção natural) através da construção de ferramentas, de início muito rudimentares, que, progressivamente se tornaram poderosíssimas e permitiram que a nossa espécie se tornasse dominante num planeta onde existiam predadores com armas 'biológicas' (presas, garras, couraças, etc.) muito mais eficazes do que os parcos recursos que os indivíduos da nossa espécie traziam do útero materno.
Ao contrário do que acontece com as outras espécies, o homem não se limita a adaptar-se ao meio em que vive: os seres humanos conseguem adaptar o meio à suas necessidades, arrasando montanhas, secando lagos, mudando o curso de rios, ganhando vastos territórios ao mar, construindo estações orbitais onde é possível viver fora da atmosfera terrestre, ou submarinos que permitem a vida debaixo de água...
Os indivíduos, por sua vez, são introduzidos na sociedade em que nascem através dos processos de socialização:
A importância da socialização
De certeza que a maioria das pessoas já ouviu falar em socialização. No entanto, muitas delas não sabem o que significa essa palavra. A socialização é o processo através do qual nós vamos interiorizando hábitos e características que nos tornam membros de uma sociedade. A socialização é um processo contínuo, que se inicia após o nascimento e se faz sentir ao longo de toda a nossa vida, terminado apenas quando morremos.
Existem dois tipos de socialização: a socialização primária e a socialização secundária.
Podemos definir socialização primária como sendo o processo pelo qual os seres humanos aprendem as coisas mais básicas da vida, tais como comer com talheres, andar, falar, vestir-se sozinhos, entre muitas outras. Estas “regras” são-nos ensinadas fundamentalmente pelos nossos pais e pela escola, grupos sociais primários (a escola pode ser considerada um grupo social intermediário). Por exemplo, quando aprendemos a falar estamos a sofrer um processo de socialização primária e quem nos faz passar por esse processo são os nossos pais. A socialização primária levou-nos a interiorizar um conjunto de “regras” que faz com que estejamos integrados numa determinada sociedade. Como tal, este processo constitui um papel imprescindível na nossa vida.
Relativamente à socialização secundária, esta também é um processo de aprendizagem mas, tal como o nome indica, é secundária. Isto significa que passamos por este processo quando nos deparamos com novas situações sociais ao longo da vida e temos de nos adaptar a essas situações que exigem a nossa integração em novos grupos sociais secundários, por exemplo, quando mudamos para uma escola nova, ou quando alguém muda de emprego, necessitando de se adaptar às regras de funcionamento da nova empresa. Outro exemplo: quando nos casamos temos de nos habituar a uma nova forma de vida, viver com uma pessoa, partilhar os mesmos problemas, etc. Nem sempre é fácil uma adaptação a novas situações porque quando nos acomodamos a uma certa situação temos dificuldade em aceitar que a vida muda e as coisas já não funcionam da mesma forma.
Ao longo de toda a nossa vida estamos constantemente a ser postos à prova e a passar por processos de socialização secundária. Cada nova situação que nos surge exige de nós uma nova adaptação.
Por este motivo, a socialização é o processo que permite a cada indivíduo desenvolver a sua personalidade e efetuar a sua integração na sociedade. Se repararmos, dois indivíduos reagem de forma completamente diferente perante a mesma situação, porque cada indivíduo é único e a sua personalidade também.
Como tal, resta apenas mencionar que é o facto de estarmos diariamente sujeitos a este processo que nos torna seres integrados numa sociedade e nos torna naquilo que somos.
| http://psicob.blogspot.com/2008/01/socializao-importncia-na-nossa-vida.html
(Texto adaptado).
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O subjetivismo axiológico centra a sua argumentação na valoração, encarada como um fenómeno individual, mas grande parte das experiências axiológicas tem a ver com a dimensão social da existência humana. Os seres humanos não se limitam a viver uma vida individual, a existência humana tem uma dimensão convivial, intersubjetiva.
Os valores têm uma origem social, são elementos fundamentais da cultura de cada uma das sociedades.
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No filme 'O menino selvagem' vimos a importância socialização: nós, seres humanos, não nascemos humanos. Precisamos de um longo processo de transformações sucessivas para nos tornarmos humanos.
E como a própria humanidade está em contínua evolução, esse processo não tem fim, pois estamos sempre a adaptarmo-nos ao meio em que vivemos - a sociedade. O meio social é estruturado sob a forma de uma cultura que, ao mesmo tempo que estrutura a sociedade e permite a formação e a expressão da individualidade, também ganha novas formas à medida que os indivíduos e a sociedade, em parte ou no seu todo, tomam decisões e dão origem a novos bens, ideias, comportamentos, etc.
Podemos definir a cultura como sendo tudo aquilo que é produzido pelo homem (enquanto ser social). O homem constrói-se produzindo cultura, modificando o meio em que vive, o que significa que à medida que modificamos o meio em que vivemos, também nos transformamos a nós próprios. Daí dizer-se que o homem é, ao mesmo tempo, produto e produtor de cultura.
Isto é válido tanto para os indivíduos como para a espécie.
A espécie humana evoluiu com base na produção cultural: os nossos antepassados antropóides conseguiram libertar-se dos imperativos da evolução biológica (a lei da seleção natural) através da construção de ferramentas, de início muito rudimentares, que, progressivamente se tornaram poderosíssimas e permitiram que a nossa espécie se tornasse dominante num planeta onde existiam predadores com armas 'biológicas' (presas, garras, couraças, etc.) muito mais eficazes do que os parcos recursos que os indivíduos da nossa espécie traziam do útero materno.
Ao contrário do que acontece com as outras espécies, o homem não se limita a adaptar-se ao meio em que vive: os seres humanos conseguem adaptar o meio à suas necessidades, arrasando montanhas, secando lagos, mudando o curso de rios, ganhando vastos territórios ao mar, construindo estações orbitais onde é possível viver fora da atmosfera terrestre, ou submarinos que permitem a vida debaixo de água...
Os indivíduos, por sua vez, são introduzidos na sociedade em que nascem através dos processos de socialização:
A importância da socialização
De certeza que a maioria das pessoas já ouviu falar em socialização. No entanto, muitas delas não sabem o que significa essa palavra. A socialização é o processo através do qual nós vamos interiorizando hábitos e características que nos tornam membros de uma sociedade. A socialização é um processo contínuo, que se inicia após o nascimento e se faz sentir ao longo de toda a nossa vida, terminado apenas quando morremos.
Existem dois tipos de socialização: a socialização primária e a socialização secundária.
Podemos definir socialização primária como sendo o processo pelo qual os seres humanos aprendem as coisas mais básicas da vida, tais como comer com talheres, andar, falar, vestir-se sozinhos, entre muitas outras. Estas “regras” são-nos ensinadas fundamentalmente pelos nossos pais e pela escola, grupos sociais primários (a escola pode ser considerada um grupo social intermediário). Por exemplo, quando aprendemos a falar estamos a sofrer um processo de socialização primária e quem nos faz passar por esse processo são os nossos pais. A socialização primária levou-nos a interiorizar um conjunto de “regras” que faz com que estejamos integrados numa determinada sociedade. Como tal, este processo constitui um papel imprescindível na nossa vida.
Relativamente à socialização secundária, esta também é um processo de aprendizagem mas, tal como o nome indica, é secundária. Isto significa que passamos por este processo quando nos deparamos com novas situações sociais ao longo da vida e temos de nos adaptar a essas situações que exigem a nossa integração em novos grupos sociais secundários, por exemplo, quando mudamos para uma escola nova, ou quando alguém muda de emprego, necessitando de se adaptar às regras de funcionamento da nova empresa. Outro exemplo: quando nos casamos temos de nos habituar a uma nova forma de vida, viver com uma pessoa, partilhar os mesmos problemas, etc. Nem sempre é fácil uma adaptação a novas situações porque quando nos acomodamos a uma certa situação temos dificuldade em aceitar que a vida muda e as coisas já não funcionam da mesma forma.
Ao longo de toda a nossa vida estamos constantemente a ser postos à prova e a passar por processos de socialização secundária. Cada nova situação que nos surge exige de nós uma nova adaptação.
Por este motivo, a socialização é o processo que permite a cada indivíduo desenvolver a sua personalidade e efetuar a sua integração na sociedade. Se repararmos, dois indivíduos reagem de forma completamente diferente perante a mesma situação, porque cada indivíduo é único e a sua personalidade também.
Como tal, resta apenas mencionar que é o facto de estarmos diariamente sujeitos a este processo que nos torna seres integrados numa sociedade e nos torna naquilo que somos.
| http://psicob.blogspot.com/2008/01/socializao-importncia-na-nossa-vida.html
(Texto adaptado).
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