sábado, 3 de maio de 2014

Ficha Formativa - O utilitarismo de Stuart Mill

Grupo I
As questões deste grupo são da autoria de Luís Rodrigues

1. O consequencialismo é uma perspectiva ética que:
a) Se baseia no princípio de utilidade;
b)Defende que as consequências da acção e o tipo de acção que realizamos são igualmente importantes para avaliar a correcção moral de uma acção;
c)Defende que uma acção é moralmente boa se as boas consequências para a maioria superam as más;
d) Afirma que devemos fazer o que maximize as boas consequências de uma acção, ou seja, devemos realizar a acção que tem melhores consequências do que a acção alternativa.

2. Acerca do consequencialismo podemos dizer que:
a) O consequencialismo é sinónimo de utilitarismo;
b) O consequencialismo é sinónimo de egoísmo;
c) Há várias formas de consequencialismo;
d)É uma perspectiva ética que coloca o cumprimento do dever – das normas morais comuns – acima de tudo.

3. Segundo a perspectiva consequencialista,
a)Devemos agir de modo a que as nossas acções produzam os melhores resultados possíveis;
b) Devemos agir de modo a que as nossas acções produzam os melhores resultados possíveis para nós;
c) Devemos agir de modo a que as nossas acções produzam os melhores resultados possíveis para toda a gente;
d) Devemos agir de modo a que as nossas acções produzam os melhores resultados possíveis para a generalidade das pessoas por elas afectadas.

4. O utilitarismo é:
a) Um conjunto de normas morais;
b) Uma teoria ética não – consequencialista;
c) Uma teoria ética que dá especial relevo ao valor extrínseco das acções.;
d) Uma teoria ética que dá especial relevo ao valor intrínseco das acções.

5. O egoísmo ético e o utilitarismo distinguem – se porque:
a) O egoísmo ético preocupa – se com as consequências positivas e negativas de uma acção; o utilitarismo com as consequências positivas de uma acção;
b) Diferenciam – se a respeito de quem deve beneficiar com as consequências positivas de uma acção;
c) Um egoísta ético afirma que devemos agir em vista do nosso próprio bem enquanto um utilitarista defende que devemos ter em vista o bem de todos os que são afectados pelos nossos actos ou que sentirão os efeitos resultantes do que fazemos;
d)Defendem de modo diferente o bem comum.

6. Segundo o utilitarismo:
a) Temos o dever de dizer a verdade;
b) Não temos nunca o dever de dizer a verdade;
c)Temos o dever de dizer a verdade se daí resultarem mais benefícios do que prejuízos;
d) Temos o dever de dizer a verdade desde que desse acto resultem boas consequências.

7. Segundo o utilitarismo:
a) Devemos realizar as acções que promovam o maior bem para o maior número de pessoas nossas amigas;
b) Devemos realizar as acções que promovam o respeito pelo dever;
c) A correcção ou incorrecção moral de um acto é, em geral, relativa à situação ou às circunstâncias;
d) Há normas morais que não admitem excepções.

8. A ética utilitarista é uma teoria:
a) Teleológica;
b) Que considera que o certo e o errado dependem do resultado visado por uma acção;
c)Que considera que há acções correctas ou erradas em si mesmas;
d)Para a qual as consequências das nossas acções são irrelevantes como critério da sua correcção ou incorrecção moral.

9. A ética utilitarista é uma teoria:
a) Hedonista porque entende que o fim último das actividades humanas é a felicidade;
b)Hedonista porque entende que o fim último das actividades humanas é a felicidade entendida como prazer ou ausência de dor e sofrimento;
c)Que considera que o prazer é um meio para atingir a perfeição moral;
d)Que valoriza as qualidades que constituem o carácter de uma pessoa.

10. Na perspectiva utilitarista uma acção que procura criar felicidade mas produz mais infelicidade do que acções alternativas é uma acção:
a) Moralmente correcta;
b)Moralmente incorrecta;
c)Moralmente permissível;
d)Uma acção boa em si mesma.

11. É completamente coerente com a doutrina utilitarista defender a moralidade da escravatura. Esta afirmação é:
a) Falsa porque segundo o utilitarismo a escravatura viola direitos humanos fundamentais;
b) Verdadeiro porque o sofrimento de uma minoria tem como contraponto o bem – estar da maioria.
c)Falsa porque a defesa da escravatura viola o princípio de utilidade - a crença de que o bem é a felicidade para o maior número possível de pessoas;
d)Verdadeira porque Mill era partidário da escravatura.

12. O utilitarismo avalia a moralidade dos actos baseado no seguinte princípio:
a) Uma acção é moralmente correcta quando ela tem consequências boas para o agente que a realiza, independentemente do que ela possa trazer para as outras pessoas.
b) Uma acção é moralmente correcta quando produz um bem maior para os outros, independentemente do bem ou mal que ela possa trazer para o agente que a realiza.
c) Uma acção é moralmente correcta quando com ela se trata as outras pessoas também como fins em si mesmos.
d) Uma acção moralmente correcta é a que produz maior prazer (bem) e/ou menor sofrimento (mal) para a maioria.

13. Segundo o utilitarismo, mentir é sempre errado. Esta afirmação é:
a)Falsa porque a mentira é má em algumas circunstâncias e boa em outras, dependendo das suas consequências;
b)Verdadeira porque se essa regra existe há séculos deve – o ao facto de ser útil e se é útil deve ser sempre cumprida;
c)Falsa porque o utilitarismo não dá a mínima importância às regras e princípios morais;
d)Verdadeira porque há deveres absolutos.

14. Para o utilitarismo, a felicidade é o bem fundamental e identifica – se com o prazer. Acerca do prazer, Mill afirma que:
a)Preferimos a experiência de um prazer superior a qualquer quantidade de prazeres inferiores;
b)Preferimos os prazeres mais intensos;
c) A diferença entre dois prazeres é quantitativa;
d)A quantidade de prazer é o único factor que conta na nossa felicidade e na felicidade geral.

15. O princípio utilitário – o princípio da maior felicidade,
a) Proíbe – nos de prejudicar os outros em nome da nossa própria felicidade;
b) Proíbe – nos sempre de prejudicar alguém em nome da felicidade geral;
c)Proíbe – nos que pensemos na nossa felicidade quando se trata de avaliar as eventuais consequências das nossas acções;
d)Permite que a preocupação com a nossa felicidade seja tida em conta na avaliação das eventuais consequências de uma acção mas proíbe que lhe dêmos mais importância do que à felicidade dos outros:

16. Segundo Mill,
a)A violação das normas morais estabelecidas numa sociedade é sempre errada sejam quais forem as consequências;
b) A violação das normas morais estabelecidas numa sociedade nunca é errada porque o que importa é cumprir o princípio utilitário;
c) A violação das normas morais estabelecidas numa sociedade é umas vezes errada e outras vezes correcta dependendo das consequências.
d) A violação das normas morais estabelecidas numa sociedade deve ser permitida em nome da felicidade pessoal.

17. O utilitarismo é uma teoria ética que:
a)Rejeita todas as regras da moral convencional e só aceita o princípio de utilidade;
b)Considera que em muitos casos respeitar as regras morais convencionais é, em termos globais, mais benéfico do que prejudicial;
c)Defende que não devemos seguir cegamente as normas morais estabelecidas;
d)Nas nossas decisões devemos ser guiados pelo princípio de utilidade e não simplesmente pelas regras da moral convencional ou pelo que é costume fazer.

18. Segundo o utilitarismo,
a)Roubar é, em geral, errado;
b)Roubar é sempre errado;
c)Roubar a arma de um maníaco homicida é um acto moralmente correcto;
d)Roubar é correcto desde que seja benéfico para quem rouba.

19. Mill rejeita uma estimativa quantitativa do prazer porque:
a)A felicidade é incompatível com os prazeres inferiores como os da comida, da bebida e do sexo;
b)Os prazeres inferiores são exclusivos dos animais não – humanos;
c)Os seres humanos apesar de terem experiência de prazeres inferiores tal como os outros animais são capazes de outros prazeres que estão fora do alcance de outros seres sencientes;
d)Só a diferença entre prazeres superiores e prazeres inferiores permite compreender o carácter distintivo da procura humana da felicidade.

20. Para um utilitarista a moralidade consiste em:
a) Agradar a Deus cumprindo os seus mandamentos;
b)Cumprir regras abstractas;
c) Criar no mundo o melhor estado de coisas possível através dos nossos actos;
d)Maximizar o bem não só para nós mas para as pessoas do grupo sócio – cultural a que pertencemos.

21. O utilitarismo de Mill enfrenta, entre outras, a seguinte objecção:
a)Maximiza a quantidade do prazer sem ter em conta a qualidade dos prazeres que são maximizados.
b) Há acções que não têm consequências
c)Nem sempre a acção moralmente correcta é a que produz o melhor estado de coisas.
d)Que a felicidade seja uma coisa desejável.

22. Segundo o utilitarismo de Mill roubar é errado:
a)Porque é um acto errado em si mesmo.
b) Porque torna infeliz a vítima.
c) Porque pode levar outras pessoas a imitar o acto do ladrão.
d)Porque é um acto absolutamente proibido.

23. Segundo o utilitarismo de Mill roubar:
a)É um acto errado em si mesmo.
b)É a infracção de um dever absoluto.
c)É um acto que em alguns casos pode ser justificado.
d)É um acto que nunca está de acordo com o princípio de utilidade.

24. Segundo Mill, uma acção correcta é a que conduz:
a) À felicidade ou bem – estar de quem a praticou.
b) À felicidade das pessoas de quem o agente gosta.
c) À felicidade geral mas não à do autor da acção.
d) À maior felicidade possível para todos os envolvidos, incluindo o autor da acção.



Grupo II
Analise a seguinte apresentação:


O Agulheiro from Paulo Gomes

1. Tendo em conta a perspectiva utilitarista de Stuart Mill, que decisão deverá tomar o agulheiro? Justifique a sua resposta.

2. É aceitável, com base no utilitarismo, que o cirurgião sacrifique a vida da Joana para salvar os outros pacientes? Porquê?
Pode encontrar-se uma resposta para esta questão aqui.

Grupo III
As questões deste grupo são da autoria de Luís Rodrigues


QUESTÕES SOBRE TEXTOS ÉTICOS DE STUART – MILL

1. Leia o seguinte texto e responda às questões:
«Não é um defeito de qualquer credo (teoria moral), pois isso resulta da natureza complicada dos assuntos humanos, que as regras de conduta não possam ser concebidas de modo a não requerer excepções e que dificilmente qualquer espécie de acção possa ser estabelecida seguramente como ou sempre obrigatória ou sempre condenável. (…) Se a utilidade é a fonte última das obrigações morais, então pode ser invocada para decidir entre elas quando as suas exigências são incompatíveis. Embora a aplicação do padrão possa ser difícil, é melhor tê-lo do que não ter nenhum (…)»
Mill, Utilitarismo, 1861,pp 69-72

1.1.Segundo Kant certos deveres são absolutos e por isso as acções que os violam não devem nunca ser realizadas. A partir deste texto pensa que Mill está de acordo? Justifique.

1.2.Neste texto Mill estabelece uma relação entre as regras de conduta (as normas morais comuns) e o princípio de utilidade. Por que razão pode concluir da leitura do texto que as normas morais comuns são regras subordinadas?

1.3.Apresente uma objecção à teoria utilitarista.

2. Considere o texto seguinte:
O motivo nada tem a ver com a moralidade da acção, embora tenha muito a ver com o valor do agente. Quem salva um semelhante de se afogar faz o que está moralmente correcto, quer o seu motivo seja o dever, ou a esperança de ser pago pelo seu incómodo; quem trai a confiança de um amigo, é culpado de um crime, ainda que o seu objectivo seja servir outro amigo para com o qual tem deveres ainda maiores. […]
[…] A felicidade que constitui o padrão utilitarista do que está correcto na conduta não é a própria felicidade do agente, mas a de todos os envolvidos — algo que os críticos do utilitarismo raramente fazem a justiça de reconhecer. O utilitarismo exige que o agente seja tão estritamente imparcial entre a sua própria felicidade e a dos outros como um espectador desinteressado e benevolente. […]
Um ser com faculdades superiores precisa de mais para ser feliz, é provavelmente capaz de sofrimento mais acentuado, e certamente está a ele exposto com mais frequência, do que um ser de tipo inferior; mas, apesar de todas estas desvantagens, não pode nunca desejar realmente afundar-se no que sente ser um nível inferior de existência. […] É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito;

2.1.Enuncie as teses características do utilitarismo presentes no texto.
2.2. Apresente uma objecção à teoria utilitarista.

3. Considere o texto seguinte:
A doutrina que aceita como fundamento da moral a utilidade, ou o princípio da maior felicidade, defende que as acções são correctas na medida em que tendem a promover a felicidade, e incorrectas na medida em que tendem a gerar o contrário da felicidade. Por felicidade entendemos o prazer, e a ausência de dor; por infelicidade, a dor, e a privação de prazer. Para dar uma perspectiva clara do padrão moral estabelecido pela teoria é preciso dizer muito mais; em particular, que coisas se inclui nas ideias de dor e prazer; e até que ponto isto é deixado como questão em aberto. Mas estas explicações suplementares não afectam a teoria da vida na qual esta teoria da moralidade se baseia — nomeadamente, que o prazer, e a ausência de dor, são as únicas coisas desejáveis como fins; e que todas as coisas desejáveis (que são tão numerosas no esquema utilitarista como em qualquer outro) são desejáveis ou pelo prazer inerente a si mesmas, ou como meios para a promoção do prazer e a prevenção da dor.

3.1.Enuncie as teses características do utilitarismo presentes no texto.

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