Há dias, no percurso que faço a pé para ir comprar jornais (cerca de 500 metros), vi espalhadas no piso das ruas que percorri cerca de uma dúzia de máscaras. Este lixo sólido arremessado para o chão é arrastado pelas águas pluviais, indo para as bacias hidrográficas dos rios, acabando por ir parar aos oceanos. Por exemplo, o plástico como flutua, é aglomerado por correntes marinhas, acumulando-se em ilhas flutuantes de plástico. Neste momento existem cinco grandes ilhas oceânicas de plástico: uma no Oceano Índico, duas no Atlântico (uma a Sul e outra a Norte) e duas no Pacífico (uma a Sul e outra a Norte, tendo esta última uma superfície correspondente a cerca de 18 vezes a superfície de Portugal Continental; isto é, cerca de sete vezes a superfície Reino Unido).
As máscaras e luvas lançadas para o solo, estão a chegar aos oceanos a um ritmo alucinante: cerca de 129 biliões (129.000.000.000.000) de máscaras por mês e cerca de 65 biliões de luvas plásticas por mês. Isto no espaço de um ano, pois esta pandemia foi detectada em Dezembro de 2019. Claro que estando algumas das máscaras carregadas de vírus e (ou) bactérias, estes micróbios podem entrar na cadeia alimentar marinha e chegar ao corpo humano. Este desastre resulta da falta de civismo não só dos portugueses, como também de outros povos.
Jorge Paiva
https://www.publico.pt/2020/12/28/ciencia/noticia/civismo-etica-pandemias-sobrevivencia-1943592
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