sexta-feira, 13 de março de 2015

7 Contradições do relativismo moral




O Relativismo moral é um tipo de subjetivismo que sustenta que as verdades morais são preferências muito parecidas com os nossos gostos em relação aos alimentos, por exemplo. O relativismo moral ensina que quando se trata de moral, do que é eticamente certo ou errado, as pessoas podem e devem fazer o que quer que sintam ser o certo para elas.  As normas morais dependem de indivíduos, grupos e culturas que as sustentam. Porque acreditam que a verdade moral é subjetiva, as palavras como 'devem' ou 'deveriam' não fazem sentido porque cada indivíduo terá as suas preferências morais; ninguém tem a pretensão de uma moral objetiva que seja comum aos outros. O relativismo não exige um determinado padrão de comportamento para todas as pessoas em situações morais semelhantes. Quando confrontadas com exatamente a mesma situação, uma pessoa pode escolher uma resposta, enquanto outra pode escolher o oposto. Não há regras universais de conduta que se apliquem a todos.

O relativismo moral é completamente inviável. Que tipo de mundo seria o nosso se o relativismo fosse a regra? Seria um mundo em que nada estaria errado – nada seria considerado mau ou bom, nada seria digno de louvor ou de reprovação. A justiça e a equidade seriam conceitos sem sentido, não haveria responsabilização, as pessoas não poderiam tornar-se melhores em termos morais, aliás seria até impossível colocar a hipótese das pessoas se poderem tornar melhores. Um mundo em que, também, não haveria tolerância. Este é o tipo de mundo que o relativismo moral produz. 

Vejamos os sete erros fatais do Relativismo:

1. OS RELATIVISTAS MORAIS NÃO PODEM ACUSAR AS OUTRAS PESSOAS DE MÁ CONDUTA
O relativismo torna impossível criticar o comportamento dos outros, porque, em última análise, nega a existência de algo como ”má conduta”. Se alguém acredita que a moralidade é uma questão de definição pessoal, então abre mão da possibilidade de fazer juízos morais  objetivos sobre as ações dos outros, não importa quão 'grotescas' elas sejam. Isto significa que um relativista não se pode racionalmente opor ao assassinato, à violação, ao abuso infantil, ao racismo, ao sexismo ou à destruição ambiental, se essas ações forem consistentes com o entendimento pessoal sobre o que é certo e bom por parte de quem as pratica . Quando o certo e o errado são uma questão de escolha pessoal, nós abdicamos do privilégio de fazer julgamentos morais sobre as ações dos outros.

2. OS RELATIVISTAS NÃO PODEM CONDENAR O MAL. 
Toda esta objeção se fundamenta na observação de que existe mal verdadeiro. Mas mal objetivo não pode existir se os valores morais são relativos ao observador. O relativismo é inconsistente com o conceito de que o mal moral verdadeiro existe, porque nega que qualquer coisa possa ser objetivamente errada. Se não existe um padrão moral, então não pode haver desvio do padrão. Assim, os relativistas devem abandonar o conceito de mal verdadeiro.

3. OS RELATIVISTAS NÃO PODEM CONDENAR ALGUÉM OU ACEITAR ELOGIOS. 
O relativismo torna os conceitos de louvor e condenação sem sentido, porque nenhum padrão externo de medição define o que deve ser aplaudido ou condenado. Sem padrões comuns, nada é, em última análise, mau, deplorável, trágico ou digno de condenação. Nem é qualquer coisa, em última análise, boa, honrada, nobre ou digna de louvor.  Os relativistas são quase sempre inconsistentes nesse ponto, porque eles procuram evitar condenação, mas prontamente aceitam elogios. Se a moralidade é uma ficção, então os relativistas também devem remover as palavras aprovação e condenação do seu vocabulário. 

4. OS RELATIVISTAS NÃO PODEM FAZER ACUSAÇÕES DE PARCIALIDADE OU INJUSTIÇA. 
De acordo com o relativismo, as noções de equidade e justiça são incoerentes, já que ambos os conceitos ditam que as pessoas devem receber igualdade de tratamento com base em alguma norma externa acordada. No entanto o relativismo acaba com qualquer possibilidade de existirem normas vinculativas externas. A justiça implica punir aqueles que são culpados por um delito. Mas, sob o relativismo, a culpa e a condenação não existem – se nada for imoral, não há a possibilidade de acusar e, portanto, nenhuma culpa digna de punição. Se o relativismo é verdadeiro, então não há tal coisa como justiça ou equidade, porque ambos os conceitos dependem de um padrão objetivo do que é certo. 

5. OS RELATIVISTAS NÃO PODEM MELHORAR A SUA MORALIDADE. 
Os relativistas podem mudar de valores morais, mas eles nunca podem tornar-se pessoas melhores já que não existe um padrão objetivo pelo qual medir esse melhoramento. 

6. OS RELATIVISTAS NÃO CONSEGUEM MANTER DISCUSSÕES MORAIS SIGNIFICATIVAS. 
O que há para falar? Se a moral é totalmente relativa e todas as opiniões são iguais, então não há uma maneira de pensar melhor do que outra. Não há uma posição moral  que possa ser considerada como adequada ou deficiente, razoável, aceitável, ou até mesmo inaceitável. É, portanto, raro encontrar um relativista racional e consistente, já que a maioria deles são rápidos a impor suas próprias regras morais, como, por exemplo, ”é errado impor a sua própria moralidade aos outros”. Isso coloca os relativistas numa posição insustentável: se falam sobre questões morais, eles abandonam o seu relativismo; se não falam, eles abrem mão da sua humanidade, porque abdicam do uso da sua Razão. 

7. OS RELATIVISTAS NÃO PODEM PROMOVER A TOLERÂNCIA. 
A obrigação moral relativista de ser tolerante é auto-refutante. Ironicamente, o princípio da tolerância é considerado uma das virtudes principais do relativismo. A moral é individual, assim eles dizem, e, portanto, devemos tolerar os pontos de vista dos outros e não julgar o seu comportamento e atitudes. No entanto, se não existem regras morais objetivas, não pode haver nenhuma regra que exija a tolerância como um princípio moral que se aplique igualmente a todos. De facto, se não há absolutos morais, porquê ser tolerante afinal? Os relativistas violam o seu próprio princípio de tolerância quando não conseguem tolerar as opiniões daqueles que acreditam em padrões objetivos morais. O princípio de tolerância é, portanto, estranho ao relativismo. 


AUTOR: Roger Morris, do site Faithinterface, com base no livro Relativism – Feet Firmly Planted in Mid-Air, de Francis Beckwith e Gregory Koukl, elaborou esta lista, com sete erros fatais do Relativismo moral. 
http://www.paraclitus.com.br/2013/veritas/filosofia/sete-erros-fatais-do-relativismo-moral/
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