Edvard Munch, "O Grito" (Pormenor) |
“Com efeito, foi pelo espanto (thauma) que os homens começaram a filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início, perante as dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e colocaram problemas a respeito das maiores, como os fenómenos da Lua, do Sol, e das estrelas, assim como da génese do universo.
E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se ignorante; portanto, como filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam o conhecimento a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária.”
Aristóteles, Metafísica
Origem da Filosofia, segundo Aristóteles. "O que levou os homens às pesquisas filosóficas foi o espanto", Aristóteles. 01-Na sua obra Metafísica, Aristóteles explica a origem da filosofia e o objetivo que ela persegue: "O que na origem levou os homens às pesquisas filosóficas foi, tal como hoje, o espanto". 02 - Aristóteles retoma o ensinamento de Platão que escreveu no Teeteto: "É absolutamente próprio de um filósofo esse sentimento: o espanto. A filosofia não tem outra origem...". O espanto, para os gregos, é portanto a verdadeira origem da pesquisa filosófica. 03 - A sensação de se conhecer aquilo que se vê geralmente não passa de ilusão. O espanto sentido pelo filósofo é antes de tudo a admiração diante da natureza e a admissão da sua incompreensão diante dos seus mecanismos. 04-"Perceber uma dificuldade e espantar-se é reconhecer a própria ignorância (...) e foi portanto para fugir à ignorância que os primeiros filósofos se dedicaram à filosofia". A filosofia não tem outro propósito senão o de tentar explicar o mundo e essa explicação só se consegue indo à procura do desconhecido.
05 - A separação entre a ciência e a filosofia é muito tardia (admitindo-se que ela seja verdadeiramente aceitável). Data aproximadamente do século XVIII, e todos os grandes nomes da filosofia foram também, pelo menos até essa época, grandes nomes das ciências. 06 - A filosofia tenta explicar aquilo que é. Seja simplesmente construindo uma descrição detalhada dos mecanismos que estão na base do funcionamento da realidade (e com isso surge a tentativa científica de explicação da natureza e das suas leis), seja tentando explicar-lhes o sentido. Chega-se assim às questões dita metafísicas: "Por que existe o ser, em vez do nada?" (Leibniz). 07 - A filosofia, de acordo com a lição de Sócrates, começa com a confissão da ignorância, o seu objetivo é fazer cessar essa ignorância. O seu objetivo é o conhecimento: "É evidente que eles buscavam a ciência para saber, e não tendo em vista qualquer outra utilidade", Aristóteles. 08 - Os filósofos buscam o saber pelo saber, e não por alguma utilidade prática imediata. 09 - É só quando os problemas urgentes da vida já estão resolvidos que as pessoas se lançam nas ciências ou na pesquisa. 10 - A filosofia arranca-nos da condição simplesmente humana, de seres perecíveis e obcecados com a sobrevivência, para nos fazer participar de uma forma de prazer divino: a compreensão pura e desinteressada.
12 - O homem não se pode reduzir a um simples ser natural que procura viver da maneira mais confortável possível, e sim que ele participa de um outro tipo de prazer, o da compreensão e mesmo da contemplação (o conhecimento racional). Aristóteles recorda-nos esse sentimento primeiro e motor de toda e qualquer pesquisa: o espanto ou admiração perante aquilo que é. 13 - Aristóteles observa que existe em todo o ser humano um prazer desinteressado em compreender, o qual se manifesta também na arte, mas que atinge seu ápice na atividade filosófica, a qual nos faz participar, tanto quanto possível, de uma vida digna dos deuses. Fonte: Anne Amiel, 50 Grandes Citações Filosóficas Explicadas. (Texto adaptado).
Origem da Filosofia, segundo Aristóteles. "O que levou os homens às pesquisas filosóficas foi o espanto", Aristóteles. 01-Na sua obra Metafísica, Aristóteles explica a origem da filosofia e o objetivo que ela persegue: "O que na origem levou os homens às pesquisas filosóficas foi, tal como hoje, o espanto". 02 - Aristóteles retoma o ensinamento de Platão que escreveu no Teeteto: "É absolutamente próprio de um filósofo esse sentimento: o espanto. A filosofia não tem outra origem...". O espanto, para os gregos, é portanto a verdadeira origem da pesquisa filosófica. 03 - A sensação de se conhecer aquilo que se vê geralmente não passa de ilusão. O espanto sentido pelo filósofo é antes de tudo a admiração diante da natureza e a admissão da sua incompreensão diante dos seus mecanismos. 04-"Perceber uma dificuldade e espantar-se é reconhecer a própria ignorância (...) e foi portanto para fugir à ignorância que os primeiros filósofos se dedicaram à filosofia". A filosofia não tem outro propósito senão o de tentar explicar o mundo e essa explicação só se consegue indo à procura do desconhecido.
05 - A separação entre a ciência e a filosofia é muito tardia (admitindo-se que ela seja verdadeiramente aceitável). Data aproximadamente do século XVIII, e todos os grandes nomes da filosofia foram também, pelo menos até essa época, grandes nomes das ciências. 06 - A filosofia tenta explicar aquilo que é. Seja simplesmente construindo uma descrição detalhada dos mecanismos que estão na base do funcionamento da realidade (e com isso surge a tentativa científica de explicação da natureza e das suas leis), seja tentando explicar-lhes o sentido. Chega-se assim às questões dita metafísicas: "Por que existe o ser, em vez do nada?" (Leibniz). 07 - A filosofia, de acordo com a lição de Sócrates, começa com a confissão da ignorância, o seu objetivo é fazer cessar essa ignorância. O seu objetivo é o conhecimento: "É evidente que eles buscavam a ciência para saber, e não tendo em vista qualquer outra utilidade", Aristóteles. 08 - Os filósofos buscam o saber pelo saber, e não por alguma utilidade prática imediata. 09 - É só quando os problemas urgentes da vida já estão resolvidos que as pessoas se lançam nas ciências ou na pesquisa. 10 - A filosofia arranca-nos da condição simplesmente humana, de seres perecíveis e obcecados com a sobrevivência, para nos fazer participar de uma forma de prazer divino: a compreensão pura e desinteressada.
12 - O homem não se pode reduzir a um simples ser natural que procura viver da maneira mais confortável possível, e sim que ele participa de um outro tipo de prazer, o da compreensão e mesmo da contemplação (o conhecimento racional). Aristóteles recorda-nos esse sentimento primeiro e motor de toda e qualquer pesquisa: o espanto ou admiração perante aquilo que é. 13 - Aristóteles observa que existe em todo o ser humano um prazer desinteressado em compreender, o qual se manifesta também na arte, mas que atinge seu ápice na atividade filosófica, a qual nos faz participar, tanto quanto possível, de uma vida digna dos deuses. Fonte: Anne Amiel, 50 Grandes Citações Filosóficas Explicadas. (Texto adaptado).
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